Um web log estritamente sobre o campeonato brasileiro mais longo de toda a hist?ria, que durar? nove meses, e onde o campe?o ser? aquele que fizer mais pontos.
As duas surpresas da rodada: Galo e Paraná Não tinha coluna mais certa na loteria, na minha opinião, do que a 1 para Santos e Corinthians, respectivamente contra Paraná e Atlético Mineiro. O time paranaense não tinha treinador há pouco mais de 20 dias, e não contratou reforços para o time que quase foi rebaixado no Campeonato Estadual. Entre os titulares, está aquele meia estilo Cléo Hickmann (referência para quem tem mais de 25), Marquinhos, um lourinho marrento mas que de bola não sabia nada. Estava sempre na lista dos dez mais xingados da rodada. O Paraná se salvou de dois rebaixamentos seguidos, sempre na última oportunidade (um no Brasileirão 2002 e outro no Estadual)..
Veio Cuca, ex-jogador do Grêmio, e assumiu o time. Parece que em duas semanas deu outra cara aos paranaenses. Fizeram 2 a 0 e só não saíram com a vitória da Vila Belmiro porque até a Divina Providência tem suas limitações. A superioridade técnica do Santos realmente, dentro de seu alçapão, dificulta as coisas.
A lamentar do jogo, apenas algumas atitudes violentas de Robinho. Que, aliás, não são as primeiras - ele é fingido e desleal. Pode ser craque, pode encantar os colunistas amestrados, e encanta sobretudo àqueles colunistas que acham que dá trabalho ver um jogo inteiro de futebol, por isso é mais fácil falar das cenas editadas.
Não estou aqui dizendo que Robinho não é um excepcional jogador em formação. Nada disso. Ele é.
Mas tivéssemos uma boa arbitragem e Robinho não teria jogado a final contra o Corinthians, haja vista que ele deu uma entrada desclassificante em um adversário corintiano.
E não são poucos os pênaltis "inteligentemente" cavados por Robinho - o problema é que os colunistas/comentaristas têm dois pesos e duas medidas, dizem que o jogador é "malandro" quando gostam dele e que o jogador merece o amarelo "por jogar a torcida contra o árbitro" quando não gostam dele.
A verdade é que Robinho precisa de orientação. E realmente, não é de técnico que chama repórter pra porrada fora do clube que aquele rapaz terá isso.
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Queimei a língua com o Atlético Mineiro, que jogou o fino. Apesar de ser treinado por Celso Roth, apesar de ter Cleisson (eu escrevo com dois S e foda-se). Meteram 3 a 0 no Corinthians no Pacaembu e poderia ter sido mais. O Timão estava sem Kléber, lateral, Liédson, atacante, e seu craque Gil. E acabou engolindo o segundo 3 a 0 em cinco dias (perdera pro Cruz Azul, no México, pelo mesmo placar).
Incrível como Geninho estava do lado errado nas duas goleadas entre Timão e Galo. Ano passado, estava em Belo Horizonte e viu do banco de reservas seu time ser violentado por 6 a 2 dentro do Mineirão. Agora, está no Timão e quase vê uma curra maior. Não fosse o árbitro (?) Giuliano Bozzano, cuja presença no Campeonato eu faço questão de lamentar, e o Galo teria aberto o marcador, após um pênalti do excelente goleiro Doni em cima de Lúcio Flávio (aquele do Paraná e Coritiba, que tá no Galo agora).
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Me surpreendeu o empate do Bahia com o Fortaleza de Clodoaldo e do técnico Luis Carlos Cruz. A cidade viveu o jogo como se fosse Copa do Mundo, e um dos dirigentes do Fortaleza me deu curiosa e engraçada entrevista onde sobrava empolgação. Dizia que o jogo teria a maior renda da rodada e que o Fortaleza tinha que estrear com vitória.
Bom, muito peido e pouca bosta. O Bahia de Bobô - que assumiu o time na quinta-feira pós-cinzas após me dizer, pelo telefone, antes do Carnaval, que ele não tinha chances de ser o treinador - lutou, e quase levou; Preto bateu mal o pênalti a favor do tricolor baiano. Sorte é que Clodoaldo, o baixinho ídolo dos cearenses, perdeu dois gols feitos e mais um pênalti. Ficaram no 0 a 0. Agora, os cearenses se preparam para vir ao Rio - enfrentar o Fluminense, no sábado.
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Alex Oliveira, do Fluminense, tem sido o jogador de todo o futebol brasileiro mais irritado com os juízes. Ou ele denuncia logo a conspiração de que é vítima ou ele começa a se precaver para não acabar expulso e prejudicando sua equipe.
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O São Paulo ainda sem Kaká cedeu o empate para o Juventude. Nada de mais. A equipe que era treinada pelo hoje técnico da Seleção Olímpica, Ricardo Gomes, não perdeu o padrão de jogo. Tem como novidades duas babas ex-Flamengo, Evandro, volante, e o polêmico Hugo, que jogou bem na Copa dos Campeões logo depois de vir do Friburguense mas que de repente murchou e acabou degredado pelo clube. Mas fez um golaço hoje.
O Juventude ainda traz de volta um cara que deve dar mais certo por lá: Fernando, aquele volante que chegou a ser convocado por Felipão, na época em que Tinga e Eduardo Costa eram os volantes titulares. Passou 2002 emprestado ao Grêmio, mas está de volta e deve fechar bem aquele miolo. Olho, portanto, no Juventude.
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Vasco perde do Guarani, Fluminense perde do Criciúma, Flamengo se salva de perder pro Coritiba no Maracanã somente no último minuto.
Vem cá, quantos caem mesmo?
Cariocas na linha de tiro Ao quase-fim da primeira rodada (Paraná x Santos e Corinthians x Atlético-MG jogam às 18h) se tem duas conclusões: o fator campo está mais forte (talvez porque alguns times chegam cansados de viagem) e os times cariocas estão muito ameaçados. Nenhum dos três pegou ninguém do primeiro escalão, nenhum dos três venceu. O Flamengo empatou em casa, com o gol do Coritiba nascendo de uma falha do estreante Fabinho (se eu estiver errado, me corrijam nos comments). Mas poderia ter perdido, claro - um time que tem como atacantes Fernando Baiano e Zé Carlos não pode pretender muita coisa.
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Digna de nota a atuação do árbitro Francisco Carlos de Assis, de Criciúma 2 x 0 Fluminense. Não que o Tigre de Santa Catarina não tenha merecido vencer o tenebroso timinho tricolor (Renato Gaúcho já disse: "Sem reforços, não vai dar"). Mas ele ignorou pênaltis claros (um deles a favor do Flu) e ainda deixou o jogo correr até um ponto perigoso.
E cometeu uma falha desastrosa, que dá uma idéia do quanto anda horrível a arbitragem brasileira: deu apenas o cartão amarelo para o zagueiro Zé Carlos, que deu uma entrada inacreditavelmente criminosa em um jogador do Criciúma. Zé Carlos deveria ter saído de campo algemado, pela entrada que deu.
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Renato Gaúcho só gritava: "PUTA QUE PARIU!". Ele é mal-educado? Nada disso. A televisão que é. Na hora em que a TV começar a se preocupar com o jogo (e não com interrupções para mostrar torcedor de cara pintada ou técnico falando na beira do gramado), os profissionais do esporte vão poder falar seus palavrões em paz - nenhum deles trabalha sem xingar.
Vanderlei Luxemburgo, nos tempos de Seleção Brasileira, chegou a pedir aos profissionais da TV Globo que desligassem os microfones-ambiente próximos a ele, porque estava preocupado com sua imagem, já que não sabia, no calor do jogo, como gritar "ô Vampeta, fecha pelo meio para proteger a zaga e dar cobertura aos laterais", e preferia o atalho fácil do "Vampeta, vai tomar no cu , filho da puta, fica, fica, porra, esses viados estão subindo, alguém tem que ficar pra fechar essa merda".
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A-lexotan fez o gol da rodada, um toque de cobertura magistral contra o São Caetano. O Azulão, porém, arrancou o empate no Mineirão. Como vários conseguiram: Ponte Preta (contra o Inter), Bahia (contra o Fortaleza), Paysandu (contra o Goiás), Coritiba (contra o Flamengo) e São Paulo (contra o Juventude).
Por pouco o Flamengo não conseguiria a marca de ser o único mandante da rodada a perder. Se bem que ainda não acabou Santos 1 x 2 Paraná e Corinthians 0 x 1 Atlético Mineiro. Vamos aguardar.
O drama deve continuar Torcer, é claro que vou torcer pelo Flamengo. Agora, contra o Coritiba, mesmo no Maracanã, considero o empate um excelente resultado. Afinal, o Flamengo insiste com Fernando de zagueiro - e capitão do time. Não pode, e nem deve ganhar.
Olho no artilheiro Marcel.
Acho que Flamengo e Fluminense (este, contra o Criciúma) devem continuar a péssima estréia carioca, iniciada sábado pelo Vasco. O negócio é esperar.
"Não podemos mais perder pontos" Após a derrota para o Guarani, o jogador Léo Lima, do Vasco, deu a seguinte declaração ao SporTV: "Perdemos, tudo bem, agora é levantar a cabeça porque não podemos perder mais pontos".
Faltam 45 jogos. Pelo jeito, Léo Lima quer que o Vasco faça a maior campanha da história do futebol mundial.
Algumas considerações iniciais No final do ano passado, chamei a atenção, no meu local de trabalho, para o fato de que uma das diferenças entre os clubes do Rio e os de São Paulo era certamente a preparação física - os jogadores de São Paulo, definitivamente, sobravam.
Inacreditavelmente, fui rechaçado e contestado por duas pessoas de experiência no assunto - digo inacreditável porque é algo tão visível a velocidade, por exemplo, de um São Caetano x Palmeiras, em comparação com um Fluminense x Botafogo, que não entendo como alguém não vê.
Prova maior foi no sábado inaugural do Brasileirão. O Guarani treinado pelo José Macia, com jogadores medianos - perderam Martinez e Sérgio Alves - como Marquinhos (ex-Flamengo de 1992!), Lúcio (sim, o que começou no Goiás) e o sempre esforçado e raçudo Esquerdinha, atropelou o Vasco campeão estadual.
Basta comparar. O Guarani foi eliminado pelo time anterior do José Macia (o Pepe), a Portuguesa Santista. E logo de cara no mata-mata. O Vasco foi campeão estadual, em um campeonato que começou mal e acabou péssimo.
Se o campeão do Rio leva 4 a 2 de um dos clubes intermediários (embora preparado por um treinador que considero de respeito) do campeonato Paulista, alguma coisa deve estar errada. E quem vê um time como o do Flamengo, por exemplo, que tem Valdson sendo ultrapassado MOLE por Ademílson, não pode deixar de apontar: os times de São Paulo sobram na preparação física.
Por isso, as chances de SP conseguir seu 13º título brasileiro, na minha opinião, são grandes.
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Palpites? Descarto Grêmio (graças a Deus) e o Colorado, além de Bahia, Vitória, Goiás, Paysandu, Fortaleza, Paraná, Figueirense, Criciúma e o meu Flamengo (para mim, um dos rebaixados e candidato a saco de pancada). Para mim, o campeão não está entre esses clubes citados.
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De Minas Gerais, vejo o Galo como zebra e o Cruzeiro como um dos favoritos. O time mineiro está fazendo pré-temporada desde que foi eliminado do Brasileiro do ano passado, e, segundo Tostão, usou o Estadual como laboratório e teve excelentes resultados (além do título, claro). Seu atacante jovem, Mota, trazido do Mallorca da Espanha, tem feito a torcida vibrar, além do seu parceiro de ataque Deivid.
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De São Paulo, espero qualquer um. Tudo bem, os de Campinas são realmente azarões. O Guarani está com Pepe, que sabe montar um time mediano e motivar os jogadores. A Ponte deve ficar atrás do Bugre, porque perdeu muita gente - Hernani e Caíco, dois atacantes velozes, foram pro Goiás, e o Alex Oliveira foi para o Flu. Isso sem contar outros nomes menos conhecidos.
Agora, Corinthians e São Paulo, para mim, são os times que vão ditar o ritmo do campeonato. Ambos têm estrutura, profissionalismo, jogadores decentes. O Corinthians, por exemplo, não passa um ano inteiro sem gritar "é campeão" desde 1996. E isso que no ano anterior ganharam a Copa do Brasil. Têm Jorge Wagner e Gil, dois jogadores que pesam para decidir. E Liédson vem provando que, com um time (e não um bando como o horroroso time do Flamengo) em volta, pode render muito mais.
O São Paulo. O que dizer de um clube que investe R$ 450 mil por mês em suas divisões de base? E tal dinheiro é tratado como investimento.
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Para mim, o Santos deve dar muito show, mas com a Libertadores, deve perder alguns pontos importantes de início. Me parece mais um time para crescer na reta final - e essa expressão, "crescer na reta final", tende a desaparecer, com o sistema de pontos corridos. Já o São Caetano, bom, todo mundo poderia falar, "agora é a hora do São Caetano desencantar, afinal, é ponto corrido, não vai ter final ou pênaltis". Só que o Azulão acabou de dançar na Copa do Brasil perdendo duas vezes pro Fogão. Preocupante, no mínimo. Não se perde duas vezes de um time que é vencido de quatro até pelo bando do Flamengo.
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O estado do Paraná pode conquistar seu terceiro título, mas vejo somente Coritiba e Furacão como candidatos - o Paraná Clube contratou Cuca, ex-jogador do Grêmio, e já um técnico com currículo. Mas foi muito em cima da hora, com pouco tempo para arrumar o time. O Coxa pega o Flamengo no Maracanã, neste domingo, e deve dar muito trabalho. Isso se não vencer. O time está montadinho, todo certo, e apesar da eliminação pelo Ituano na Copa do Brasil, tem chamado atenção pela boa marcação. E tem um artilheiro, Marcel, que entrou e fez logo oito gols em seis partidas. Olho nele.
O Atlético Paranaense deve voltar a ser o Furacão de 2001, apesar de Kleberson estar em fase desfavorável. Perderam Fabiano, bom lateral, para o São Paulo (foi dele o segundo gol do tricolor paulista na final contra o Corinthians), mas têm o excelente goleiro Diego, o lateral-direito Alessandro, os dois meias Fabrício e Adriano e o garoto Dagoberto em ótima fase.
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O futebol paranaense evoluiu demais, hoje não se pode excluir os caras da discussão sobre os favoritos. Agora, uma coisa: todo mundo, de olho no futebol catarinense. O veterano Evair já está lá, dando aulas de colocação no ataque, como poucos.
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Depois a gente se fala mais. E perdoem, o sistema de comments ainda não está pronto.
Agora, infelizmente, só pode vencer o melhor Pois é, está aberto o blog sobre o Campeonato Brasileiro de pontos corridos, onde infelizmente, só pode vencer o melhor. Apesar de acreditar que para os clubes acertarem patrocínios essa fórmula é melhor mesmo (afinal, todos jogam até 14 de dezembro e não ficam quatro meses sem jogar, como o Botafogo ano passado, eliminado de tudo), eu tenho certeza de que vou sentir falta daqueles diversos jogos finais, mata-mata, decisivos, onde mesmo com a ausência do time de coração qualquer torcedor se diverte.
Mas regulamento é regulamento. Foi aprovado e simbora. Agora, só pode vencer o melhor, não tem erro.
Em breve colocarei o sistema de comments.
