Um web log estritamente sobre o campeonato brasileiro mais longo de toda a hist?ria, que durar? nove meses, e onde o campe?o ser? aquele que fizer mais pontos.
O Fluminense vingando o Flamengo A grande maioria dos rubro-negros cariocas não gosta da idéia, mas eu acredito que neste sábado o Fluminense vai vingar seu rival contra o Atlético Paranaense. Não acho que vá dar uma goleada de 4 a 1, mas vai vencer o jogo, por diversas razões. A maior delas é a possível escalação de Carlos Alberto ao lado de Sorato no ataque. Se confirmada, pode decidir a favor do Fluminense. Renato já disse ainda que vai colar alguém em Kleberson.
Além de poder de conclusão - algo inexistente na dupla Fabio Bala-Ademílson - o Fluminense ganha em habilidade, outro item em falta no setor ofensivo. Renato ainda deve colocar o time no 3-5-2. Se é difícil entrosar Marcão, Zé Carlos e Rodolfo a tempo, por outro lado o 3-5-2 me parece um esquema melhor para conter Adriano-Dagoberto-Ilan. No meio-campo, volta Alex Oliveira, que ainda não repetiu as boas atuações na fase final do Estadual. Quando esfriar a cabeça e parar de reclamar da arbitragem, dos reservas, do técnico, da comissão técnica, da temperatura do chuveiro, da pressão da bola, do mau tempo, do bom tempo e do preço do cachorro-quente nos estádios, Alex pode melhorar muito o Fluminense no meio-campo.
Vou de Fluminense, portanto, contra o Furacão ainda na euforia da goleada na Arena. No alçapão Giulite Coutinho, porém, em Édson Passos, eles vão sentir um calor desproporcional ao frio de 15 graus que embalou a goleada sobre o Flamengo.
O Vasco na encruzilhada Com Marcelinho, Edmundo e Marques em forma, eu acho que o Vasco pode chegar na frente desse Brasileiro. De 1 a 0 em 1 a 0, de empate em empate, beliscando aqui e ali, o time está acumulando seus pontos enquanto o trio não consegue ser escalado. Marques vai jogando mais dentro da área. Para se ter uma idéia, o lateral-direito Cicinho (que vem até jogando bem) está tão desinformado que pensa no "duelo" contra Marques ali pelo setor dele. Está meio enganado. Primeiro, porque o atacante do Vasco tem condições de superar Cicinho com facilidade (ou seja, não vai haver "duelo"). Segundo, porque se Marques jogar como contra a Ponte Preta, mais enfiado na área, Cicinho não vai saber nem qual o número da camisa dele.
O Atlético Mineiro ainda não conseguiu sair da crise - ainda depende de seus meias Alexandre e Lúcio Flávio, ainda vê Paulinho, Kim e Hélcio no estaleiro, ainda vê Guilherme, o Marechal da Derrota, há quase um mês alternando gramado e banco de reservas.
Dispensaram Nem e Cleisson para, nas palavras do então presidente do Conselho Deliberativo, "conter a crise". Só que quatro dias depois esse presidente, Alexandre Kalil, chutou o pau da barraca e pediu licença após a ida do presidente do clube, Ricardo Guimarães, à reunião que tentou paralisar o futebol brasileiro.
Na quinta-feira, Kalil "sofreu um acidente" mas sobreviveu.
Com esse ambiente, o Galo virá a São Januário e será superado pelo Vasco, em um jogo difícil.
Onde o Rio pode ser de lágrimas Não basta o Flamengo ser freguês do Paraná Clube para eu estar pessimista: além de jogar sem Athirson (que não tem feito falta mesmo, já que fica suspenso a cada três jogos) e Edílson, o time está com a cabeça totalmente voltada para as finais da Copa do Brasil. Corre o risco de perder a Copa do Brasil para o Cruzeiro e por causa dessa 'dedicação exclusiva' despencar na tabela pelo Brasileiro. O time passou muito sufoco contra o Sport e, é preciso ressaltar, não se pode ficar tranqüilo depois de uma semifinal em que Fabiano Eller merecidamente foi considerado o herói, por ter salvo uma bola em cima da linha.
(Me lembro de Amaral, zagueiro que começou no Guarani, ter sido eternamente lembrado por um 0 a 0 entre Brasil e Espanha na Copa de 1978, onde ele salvou duas vezes seguidas a bola em cima da linha - um outro herói de 0 a 0)
A esperança é que o Paraná estréia Adilson Batista (ex-zagueiro do Corinthians e que andou estagiando com Scolari no Palmeiras), que andava sem emprego desde que Lula Pereira o substituiu no comando do Avaí. Adílson chegou tomando uma estranha providência: vai avançar um meia ofensivo para o ataque, Flávio Guilherme, e recuar um atacante por vocação, Caio. E escalar um Fernandinho ao lado de Caio, para cadenciar o toque de bola. De qualquer maneira, Adílson já disse que só vai anunciar essas "feras" todas no vestiário. O time deve perder um pouco na marcação porque o volante-porradeiro Emerson está suspenso.
Há esperanças para o Flamengo. Mas poucas.
San-São sem força Não é exatamente o Santos x São Paulo que eu gostaria de ver. Nada que se compare com os dois eletrizantes jogos que eles fizeram pelas quartas-de-final do Brasileiro de 2002. O gaiato Rogério Ceni fica de fora, suspenso pelo STJD.
O substituto imediato, todos sabem, é Roger. Mas este está com "problemas particulares" e deve desfalcar o time. Flávio, ex-Avaí, deve ser o substituto. Há quem ache estranho Roger ter "problemas particulares com sua mulher" exatamente quando faria seu terceiro jogo pelo Brasileiro (ficando assim, como determina a regra, impedido de atuar por outra equipe no campeonato). Há quem ache coincidência, apenas.
Tanto faz. O Santos de altíssimo astral, semifinalista da Libertadores, vai atropelar o São Paulo - 5 a 2, com dois gols de Luis Fabiano para o tricolor paulista.
O Corinthians de Gil pega a pedreira baiana Se falou em salto alto no Vitória depois de terem derrubado o até então invicto Cruzeiro. O Natalino, me parece, deu um certo esporro na rapaziada mais nova, incluindo aí o Nadson, a maior promessa do Vitória nestes últimos anos. O bom Zé Roberto volta ao time, dando mais ofensividade e melhorando o passe.
Mesmo assim, é claro que o Corinthians deve vencer, mesmo com dificuldades. Peço que não se enganem com o placar do jogo - se for 3 a 0, acontecerá apenas porque o Corinthians tem Gil e Liédson na frente.
Geninho confia em Jorge Wagner, o meia que já saiu dizendo que conhece bem o Vitória e tudo o mais. Porém, a fase dele está em queda desde o título paulista, vencido com sobras na decisão contra o São Paulo.
Gil é um grande jogador - nunca escondi a vontade que tenho de vê-lo com a camisa do Flamengo. Mas ao que parece, Gilmar Rinaldi, esse empresário que "tão bem" faz aos clubes, já foi a Itália mostrar fitas de vídeo do bom jogador corintiano. Os dois times de Milão estão interessados no atacante, e parece que a Internazionale é a favorita para levar, já que o Corinthians tenta um acordo de parceria com o clube italiano.
Citadini desconversa e diz que os europeus estão sem dinheiro. Balela. Até agosto, quando fecha a temporada de contratações, Gil deve deixar o futebol brasileiro, infelizmente.
Para o jogo contra o Vitória, sai Cocito e volta Fabinho, campeão de suspensões do Corinthians. Foram quatro cartões amarelos no Campeonato Paulista, três no Campeonato Brasileiro, ou seja, sete cartões em 22 jogos na temporada. Parece até o Athirson.
As colunas 1 fáceis da loteca Pode cravar quatro: Cruzeiro contra o Criciúma, Fortaleza contra o Juventude (o jogo para Clodoaldo, o "terror", tentar fazer seu primeiro gol depois de 10 rodadas sem marcar), Internacional (uma grande festa está preparada no Beira-Rio, para comemorar a maravilhosa eliminação do Grêmio na Libertadores) contra o Paysandu e, não se surpreendam, Ponte Preta contra o Azulão.
O São Caetano há muito que não surpreende mais, não cria mais. Até as dezenas de jornalistas que elevavam Mário Sérgio à condição de "maior estrategista do futebol brasileiro" ou "técnico que mais entende de tática no Brasil" já silenciaram diante de coisas como Adhemar na lateral-direita ou Anaílson de segundo volante.
Enquanto a Ponte está infernal, com seu time de jovens revelações crescendo cada vez mais, subindo de produção. Falta apenas os atacantes acertarem mais o pé - Sérgio Alves, que é bom nisso, tem enfeitado demais. Abelão tem gente às pencas para a vaga ao lado de Sérgio: Fabrício Carvalho, se optar por velocidade, Jean, idem, e os irmãos Rafael e Lucas, ambos atacantes (se não me engano), ambos bons finalizadores.
Seja que escalação usar, dá Ponte Preta.
Já o Cruzeiro, como se não bastasse seu favoritismo, precisa apenas estofar as redes do Criciúma uma vez para garantir 50 jogos sem deixar de marcar gols (a última vez que o ataque do Cruzeiro ficou em branco foi contra o Guarani no Mineirão ano passado, vitória do Bugre por 2 a 0). Não dá nem para discutir, por mais que eu respeite o Tigre e sua capacidade de ganhar na base da porrada.
O time do Seu Pepe vai trazer ponto de Curitiba Paulo Bonamigo, técnico do Coritiba, andou dando alguns esporros no seu time. Quer que o Coxa pare de perder pontos dentro de casa. A torcida está animada com Jackson "Maradona" (apelido que o Globo Esporte deu ao jogador por causa de seu golaço contra o Paysandu; tudo bem, há algumas diferenças entre marcar contra a Inglaterra em Copa do Mundo e contra o Paysandu no Mangueirão, né?), deve lotar o Couto Pereira.
Mas "Seu" José Macia, o Pepe, é bom malandro, paciente, e vai mandar seu time jogar com calma, bloqueando Jackson e Tcheco, e colocando o infeliz Emerson em cima de Lima. E vai dar certo. Se o Bugre não ganhar com algum gol maluco de Creedence no finalzinho, vai sair pelo menos com um empate.
Goiás de Cuca ainda não engrena Pode empatar com o Bahia de Evaristo, mas depois de uma ducha de água fria que foi sair da Copa do Brasil, o Goiás de Araujo, Dimba e do bom Danilo entra em campo ainda em choque, na necessidade de vencer para sair da lanterna. Acho difícil ganhar do Bahia agora, uma vez que Evaristo já vislumbra a possibilidade de se colocar ali no meio da tabela com uma vitória. No frigir dos ovos, dá empate.
Tite diz que fica Tite fala em ficar no Grêmio. O Figueirense fala em sair da parte de baixo da tabela, com ajuda (?) de Sandro Hiroshi e a entrada do veterano Evair no segundo tempo. Lá na Ressacada, o clima é de festa tribal, com todos ansiosos por atropelar os gaúchos.
O Grêmio curte uma fossa, eliminado da Libertadores por uma falha ridícula de Danrlei, que há alguns dias pleiteava uma vaga na Seleção Brasileira, com apoio do beócio do Milton Neves.
O grande Deportivo Independiente de Medellin, o DIM, deu o primeiro tiro, matou o Grêmio na Libertadores. O Figueirense vai fazer papel de "auditor": pisar nos feridos depois do fim da batalha.
Sálvio disposições em contrário Difícil não lembrar de Oscar em 1987, quando o Brasil detonou os americanos lá dentro da casa deles, acabando com a "superioridade primeiro-mundista" do povinho que alimenta Columbines. Difícil não lembrar daquele choro de Oscar (mais marcante que os choros chatos que viriam depois, chorando por superar o Abdul Jabbar, etc), deitado na quadra, difícil esquecer Oscar berrando com o resto do time, gritando "vamo, porra, caralho", mostrando que quem tem sangue tem tudo.
Oscar é um mala do esporte brasileiro, com certeza. Mas também é a demonstração de que é possível gostar do que se faz para viver, é a demonstração de que ainda é possível não se dobrar, não entregar a rapadura.
É realmente inacreditável que nesse país um juiz maltrate Oscar MESMO DEPOIS de ver que havia uma homenagem em andamento, MESMO sabendo que uma lenda do basquete se despedia (apesar de já haver idiotas escrevendo hoje "Oscar não foi o maior", etc). O sr. Sálvio Espíndola Fagundes provavelmente é da mesma estirpe que o lamentável Giuliano Bozzano. Me admira que não tenha roubado o Flamengo na semifinal.
Também tenho meu dia de camaleão OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!! OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!! OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!! OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!! OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!! OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!! OBRIGADO, INDEPENDIENTE DE MEDELLIN!!!!
Nunca Flamengo e Cruzeiro decidiram qualquer coisa.
Quanto ao Sport, que sua torcida aprenda de vez - arrogância bairrista é sinal tão evidente de subdesenvolvimento quanto rua com quebra-molas.
O camaleão começou o ano preocupado, depois de viver um 2002 maravilhoso, inesquecível para ele. Seus times de futebol deitaram e rolaram. Universidad Católica, Cruzeiro, São Paulo, Ponte Preta, Vasco, Fluminense, Once Caldas, Universidad do Chile, Corinthians, enfim, um ano inesquecível, de dezenas de "vitórias". Como comemoraram, os pequenos camaleões!
Aí, começou 2003, e o camaleão ficou com uma expressão austera, mas logo se entusiasmou - rapidinho, em 12 minutos, o camaleão festejou 3 a 0, vibrou muito. Depois o camaleão vestiu a camisa do América, vibrou muito, mas quatro dias depois estava vestindo a do Olaria. E chegou ao orgasmo com o Fluminense, reproduzindo-se e gerando milhares de camaleõezinhos.
Quando parecia que o ano seria novamente do camaleão, veio um moço de sotaque meio caipira, lá do Planalto Central, e cortou um pouco o barato. Claro, o moço começou dando uma alegria, fazendo os camaleõezinhos vibrarem com o Ceará. Aí veio a corrente para a frente dos camaleões: Remo, Vitória e finalmente o Sport (time que os camaleões adoram).
Antes do jantar principal, os camaleões tiveram o Atlético Paranaense. Engraçado é ver os camaleões mudarem a cor para preto e vermelho, de repente. Mas até que não se importaram. Para quem tem como time principal o "torcer contra outro time", tudo é negócio.
Agora os camaleões serão todos azuis. Sim, os camaleões adorarão o Cruzeiro. Só acho difícil na vida do camaleão é que ele é obrigado a decorar tantas escalações!
Sim, desisti desse negócio de qualificar os outros como "torcida Arco-íris". Agora para mim é tudo camaleão - o sujeito que consegue, em um mesmo ano, torcer para mais de 20 times diferentes.
Feliz a vida desses camaleões que poderão agora torcer pelo Cruzeiro de Vanderlei Luxemburgo. Feliz a vida do camaleão com esses cartões amarelos do Flamengo que correm o risco de deixar Felipe fora do segundo jogo (se levar no próximo).
Sim, daqui de onde vejo, o camaleão é azul.
Convidado ilustre no Nove Meses - Relembrando Flamengo x Sport Coloco aqui artigo do jornalista e historiador do futebol Roberto Assaf, também colunista do diário esportivo LANCE!. Acredito que as palavras dele esclareçam melhor aos mais novos (eu incluso) os acontecimentos de 1987. Lembro que Assaf é dos melhores jornalistas esportivos do país, um pesquisador arguto e provavelmente o mais isento para falar do assunto.
O gigante adormecido da cartolagem nacional Por Roberto Assaf (...) A TRIBUNA DA IMPRENSA não esclareceu como deveria, no texto em que apresentou o jogo entre Sport e Flamengo de ontem, em Recife, pela Copa do Brasil, a questão que aborda o título brasileiro de 1987 (nota do N.M.- O grifo é meu). Vamos aos fatos. A Copa União foi a primeira rebelião bem-sucedida levada adiante pelos principais clubes do País contra os desmandos da CBF.
Vencida em seu propósito de montar um campeonato nacional com mais de 20 clubes, a entidade viu-se obrigada a promover um outro, com a turma que ficou de fora do filet mignon.
Enciumada, decidiu meter a sua colher, para provar ou pelo menos tentar provar quem tinha força. Assim, quando já haviam sido disputadas cinco rodadas da Copa União, a CBF impôs o tal cruzamento de que tanto se fala, dos dois primeiros colocados da Copa União, que a entidade passou a chamar de Módulo Verde, com os dois primeiros colocados do outro campeonato, que apelidou de Módulo Amarelo. O vencedor do quadrangular, anunciou a CBF, seria o campeão brasileiro. Os dirigentes dos clubes que disputavam a Copa União recusaram-se a cumprir a determinação, mesmo porque a competição não era organizada pela entidade.
Pois a Copa União, que começou em setembro, seguiu normalmente até dezembro, assim como o tal campeonato promovido pela CBF. A final da Copa União, como se sabe, foi disputada entre Flamengo e Internacional. Houve empate de 1 a 1 no Beira-Rio. No Maracanã, o rubro-negro venceu por 1 a 0. Pois no mesmo dia, 13 de dezembro de 1987, o Sport e o Guarani decidiram o título do tal Módulo Amarelo.
No primeiro jogo, realizado em Campinas em 6 de dezembro de 1987, o Guarani venceu por 2 a 0. No da volta, o dia 13, em Recife, o Sport devolveu o placar. Houve a necessidade da prorrogação, que terminou em 0 a 0. Os dois clubes partiram para a decisão por pênaltis. Acabou em 11 a 11.
Os presidentes do Sport, Homero Lacerda, e do Guarani, Leonel Martins de Oliveira, entraram em campo e acordaram em dividir o título. Apertaram as mãos e comunicaram o fato ao árbitro maranhense Josenildo Santos, que deu o jogo por encerrado.
Na quinta-feira, 21 de janeiro de 1988, o presidente do CND, Manoel Tubino, veio a público afirmar que era o Flamengo, e não a dupla Sport-Guarani, o legítimo campeão brasileiro de 1987. O seu discurso bateu de frente com o da dupla que comandava a CBF, formada por Otávio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid.
A dupla era inimiga pública e notória do presidente do Flamengo, Márcio Braga, somando assim mais um forte motivo para continuar impondo o tal cruzamento. Na realidade, a essa altura, já seriam seis os clubes a disputarem o quadrangular, dado que o Bangu e o Atlético-PR, eliminados respectivamente por Sport e Guarani nas semifinais do Módulo Amarelo, não chegaram a decidir quem seria o vice dessa competição. Sim, deveria haver um vice, já que Sport e Guarani dividiram o título - lembram-se?
Mas o fato é que Sport e Guarani cumpriram a tabela do tal quadrangular e chegaram à decisão do que a CBF chamava de Campeonato Brasileiro. No primeiro jogo, realizado em Campinas, no dia 31 de janeiro, houve empate de 1 a 1. No segundo, em 7 de fevereiro, em Recife, o Sport venceu por 1 a 0. E a entidade o proclamou campeão.
Assim sendo, o campeão oficial de 1987, o campeão da CBF, passou a ser o Sport. Até seria. Se o Atlético-PR e o Bangu decidissem quem era o vice e se um deles, ostentando tal condição, também participasse da decisão, dado que o título do tal Módulo Amarelo - lembram-se - foi dividido entre Sport e Guarani. Se são dois os campeões há de se ter um vice.
Ora, só os que não têm um mínimo de bom senso que preferem ficar repetindo que o título do Flamengo não valeu nada. Curioso: critica-se praticamente tudo o que a CBF faz. Agora mesmo está ela aí perpetrando mais uma tremenda lambança. E só quando se trata da questão do Brasileiro - ou dos Brasileiros - de 1987 é que alguns insistem em dar razão à entidade.
Ora, se vale o que chamam de oficial, porque não se defende o título que o Vila Nova de Minas levantou ao ganhar a Segunda Divisão de 1971, no primeiro ano em que a CBF tornou o Brasileiro oficial? Pois o Vila ganhou o campeonato e foi sumariamente excluído da Primeira Divisão em 1972. Como se vê, a entidade escorregou na banana logo no primeiro ano de campeonatos oficiais.
Campeonatos distintos
A TRIBUNA diz em seu texto que "o rubro-negro carioca recusou-se a enfrentar o time pernambucano na final da Copa União, alegando que um time da Primeira Divisão não deveria enfrentar outra da Segunda". Diz também que "a CBF reconhece o Sport como o legítimo campeão da Copa, mas o Flamengo se diz o vencedor desta competição". Pois o texto está errado.
Não havia primeira e segunda divisões. E o Flamengo não recusou-se a enfrentar o Sport. O Flamengo simplesmente não tinha que enfrentar o Sport. Eram campeonatos distintos - o Sport não disputou a Copa União - e o tal cruzamento só foi imposto por ciúmes da CBF e por motivos políticos. Otávio e Nabi eram inimigos de Márcio. Imaginemos por exemplo que se Ricardo Teixeira fosse inimigo público e notório de Eurico Miranda a CBF não teria homologado o título brasileiro do Vasco em 2000, conquistado em situação semelhante àquela de 1987.
O Flamengo, pois, é o campeão brasileiro de 1987 do bom senso. E que fique o Sport com seu título chamado de oficial. Aliás, o que vale de oficial numa entidade que faz de tudo para prejudicar o futebol, como por exemplo paralisá-lo alegando que os clubes não têm dinheiro para alugar ambulâncias?
O drama de Washington Publiquei aqui quando o Furacão fechou com o ex-artilheiro da Ponte Preta (que andou arrebentando em 2001). Só que a cirurgia de recuperação de artéria que o jogador sofreu próxima ao coração não teve recuperação rápida. Os testes cardíacos de Washington indicaram uma resistência muito baixa - segundo os médicos do CAP, Washington tem 50% a mais de chances de ter um acidente de coração do que alguém que nunca tenha sofrido das coronárias.
Resultado: o Atlético está até oferecendo seu CT para o artilheiro poder freqüentar e se cuidar, até a recuperação. Mas o contrato vai ter que esperar. Pelo que eu soube, Washington vai se reunir com a família para decidir se segue ou não a carreira de jogador. O prazo para recuperação dele é de seis meses.
Bom, é uma pena. Washington é um centroavante dos bons e iria tornar a disputa pela artilharia do CampeonatoBrasileiro mais interessante.
Duelo de gigantes Começo dizendo logo que, sim, estou preocupado com este Flamengo x Sport com Maracanã lotado de logo mais. Sim, o Sport tem muitas coisas a favor, a saber:
1- Os desfalques do Flamengo (André Bahia, Athirson, Fábio Baiano e Fernando)
2- O astral cai depois de tomarem uma goleada como aquela do Furacão
3- Maracanã lotado só com a torcida do Flamengo costuma ser preocupante (vide Independiente, Grêmio/97, Portuguesa do Kléber Leite, etc)
4- O Sport vem com os dois atacantes que não jogaram o outro jogo.
E finalmente, o item 5 vem em separado, em função de eu ter me lembrado daqueles tempos de 1978 a 1983. Quando antes de um clássico nós líamos que "Mozer e Marinho iriam enfrentar Roberto Dinamite e Dirceu", ou coisa assim. Ou que "Rondinelli e Manguito encarariam Assis e Washington, ou mesmo Mendonça e Nílson Dias".
Hoje, a expectativa é grande em torno do desafio Valdson-Fabiano Eller improvisado na zaga contra Valdir Papel e Adriano Chuva.
É, tem tudo para dar errado. Para quem, eu não sei.
A gente tem que reconhecer Primeiro, que essa galera que freqüenta o Nove Meses é ferrabrás. Não dá para ter um errinho ou um comentário desagradável demais que o pau canta - e tem que ser assim mesmo, aí é que está a graça. E é uma rapaziada com a qual eu um dia, no final do ano, espero estar reunido batendo boca e bebendo chope, comentando o Campeonato. Espero, claro, que não role porrada entre o grande Lucas (o homem do http://www.respeiteoflamengo.blogger.com.br) e o meu camarada Cascalho (Lucas, é o sobrenome do cara mesmo, não é nome) - compreendam, o futebol é somente a coisa mais importante das coisas menos importantes.
Agora, não dá para deixar de registrar uma coisa - blog de macho falando de futebol é assim: quando a polêmica chega no comentário 23, todo mundo pára de comentar porque ninguém quer ser o comentário 24...
Léo, do Santos, pela primeira vez na seleção polêmica da rodada
Goleiro - Fábio (Vasco)
Lateral-direito - Alessandro (Atlético Paranaense)
Zagueiro - Gabriel (Ponte Preta)
Zagueiro - Luis Alberto (ex-Fla, atual Atlético Mineiro)
Lateral-esquerdo - Léo (Santos)
Volante - Renato (Santos)
Volante - Kleberson (Atlético-PR)
Meia - Jackson (Coritiba, só pelo golaço contra o Paysandu)
Meia - Adriano (Atlético Paranaense, só pelo golaço contra o meu time)
Atacante - Ilan (Atlético Paranaense)
Atacante - Jean (Ponte Preta)
Três de uma vez Com a "luxemburgada" do Cuca, saindo do Paraná para o último colocado Goiás, já não vale mais a pena fazer a contabilidade dos técnicos em termos de "demitidos". Vale mais nomear como "técnicos a sair de um clube no meio do Brasileiro". Estamos em oito, confere? Afinal, Dario Pereyra (o y é aí, e não no Dario, como eu vinha escrevendo) finalmente deixou o Paysandu, Candinho foi detonado do Goiás e Cuca deixou o Paraná para trás em busca de uma proposta irrecusável.
Andei conversando com um amigo do Sul, que é amigo há anos de Cuca (apesar dos três gols de Cuca em 1989 contra o Flamengo, time pelo qual torce esse amigo do Sul), e que me revelou o raciocínio do treinador (que é bem razoável): o Paraná fez uma campanha razoável até agora, mas não tem um elenco que segure. Enquanto o Goiás tem melhores jogadores, além de estar propenso ao milagre de se classificar à final da Copa do Brasil (tudo é possível).
Cuca então sairia de um time que há duas competições (Brasileiro 2002 e Paranaense 2003) luta contra o rebaixamento para dirigir outro a um passo da Libertadores. É, de fato, é negócio.
Ivo Wortmann: linha dura em corpo mole, tanto bate até que fura
No Paysandu, chegou Ivo Wortmann, ex-jogador do América, e técnico com muitas passagens por times do Sul. Treinou o Botafogo ano passado e foi um fracasso retumbante, ajudando a empurrar o clube para a Segunda Divisão. Sua primeira atitude é a de auditor de empresas (segundo uma definição magistral que recebi por email, "auditor é o cara que só chega depois da batalha e pisa nos feridos"), ou seja, vai ver quem está fazendo corpo mole e mandar embora. Linha dura, é a palavra de ordem de Ivo Wortmann.
Resta saber se linha dura é o remédio ideal para um time que está nas últimas colocações. Pelo menos, deu para ver que não foi para o Botafogo.
Vamos então à relação, para termos controle:
1-Luis Carlos Cruz (Fortaleza, só que demitido depois do jogo contra o Figueirense pela Copa do Brasil)
2- Bobô (Bahia)
3- Oswaldo de Oliveira (São Paulo)
4- Cristóvão Borges (Juventude)
5- Édson Gaúcho (Criciúma)
6- Daryo Pereira (Paysandu)
7- Candinho (Goiás)
8- Cuca (Paraná Clube)
Enfim, são oito os técnicos a deixar seus clubes no meio do campeonato brasileiro. Faltam 16 clubes....
O Rio na hora da verdade A vitória do Vasco sobre a Ponte não foi mais do que obrigação, afinal a rodada fechou com o Bacalhau localizado exatamente entre Flamengo e Fluminense na tabela. Os cariocas Flamengo (13º), Vasco (14º) e Fluminense (15º) precisam vencer seus jogos na próxima rodada de qualquer maneira, sob pena de serem ultrapassados (por Criciúma, Grêmio e Bahia) e ficarem estacionados. Se isso acontecer, devem demorar mais umas dez rodadas (com boa combinação de resultados, diga-se de passagem) para voltarem ao topo da disputa.
Nelsinho: o destino da Nação Rubro-Negra está nas mãos dele; senão, o barco afunda com todo mundo dentro
A missão é terrível: o Fluminense tem que vencer o Atlético Paranaense no Rio, o Flamengo encara o Paraná (clube do qual o Rubro-Negro é freguês de caderno) no Pinheirão e o Vasco pega o Atlético Mineiro em São Januário - jogo para o qual Antônio Lopes já terá Marcelinho.
Caso os três não consigam três pontos, podem acabar se distanciando demais dos líderes - e aí tudo fica mais complicado.
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A derrocada do Flamengo Acredito que Nelsinho Baptista tem punho para superar o momento, o ambiente do Flamengo atual pode sobreviver, acredito em tudo. Só deixo de acreditar caso o pior aconteça e o Flamengo seja eliminado pelo Sport quarta-feira pela Copa do Brasil em pleno Maracanã lotado.
Não é algo difícil de acontecer. O time joga sem André Bahia, suspenso, Fernando, lesionado, e sem o sempre suspenso Athirson (o comportamento irresponsável de Athirson pode levar a absurdos acontecerem, como Cássio se tornar titular, não duvidem).
Ouvi um boato - que seja boato, em nome dos deuses - de que Fabiano Eller pode ser improvisado ao lado de Valdson na zaga rubro-negra.
A expectativa é grande. Depois de ser atropelado pelo Furacão (um jogo em que 4 a 1 foi muito pouco), o time da Gávea corre sério risco de voltar a viver os "dias de Evaristo", em que para se consertar uma cagada geralmente é feita outra pior ainda.
O ponto de "arremeter" a nave é agora, contra o Sport. Afinal, contra o Furacão, só não foi de mais porque Dagoberto estava em um dia ruim - ao contrário de Ilan, que passou por André Bahia como quis no lance do quarto gol.
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O Nove Meses queimando a língua Cravei coluna 1 fácil no jogo Goiás x Criciúma. Ora, o jogo era no Serra Dourada, onde o Goiás costuma render mais. O Criciúma, às voltas ainda com a chegada de Lori Sandri, que foi impedido de fechar contrato por ainda estar ligado ao Verdy Tokyo, do Japão. Ora, para mim era a chance do Goiás sair da lama - e não ficar onde está, na zona de rebaixamento, ao lado do Paysandu.
Mas veio Paulo Baier, lateral do Tigre, e fez um belo gol. Veio Araújo, bom atacante do Goiás, e fez uma bela cagada, sendo expulso. E veio Luciano Almeida, lateral-esquerdo, seis minutos depois do primeiro gol (no segundo tempo) e definiu tudo, 2 a 0. Com essa derrota Candinho é candidatíssimo a cair, bem ao lado do outro técnico na zona de rebaixamento, Daryo Pereira, do Paysandu. Acredito na queda dos dois nesta segunda-feira. O Nove Meses queimou a língua também no jogo do Peixe contra o Internacional. O Peixe fez boa partida e virou um jogo difícil, contra o vice-líder Inter. Mas foi uma vitória que pode atrapalhar os planos santistas na Libertadores. Explica-se: o gol da vitória foi do grosso William, que, fala-se, começa a reivindicar uma vaga no time que enfrenta o Cruz Azul esta semana (já que Ricardo Oliveira ainda está no estaleiro).
Se eu fosse o Leão, improvisaria o goleiro reserva Júlio Sérgio no ataque. E não colocaria William.
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O Nove Meses acertando O Cruzeiro finalmente perdeu a invencibilidade. O clima de união do Vitória esta semana tinha que dar em alguma coisa. Agora, créditos devem ser dados ao goleiro Gomes, que papou um peruzaço no gol de Allann Delon, que acabou sendo o da vitória rubro-negra. Allann Delon cobrou uma falta de um jeito que até o Christopher Reeve pegaria, e Gomes praticamente colocou para dentro.
O time de Vanderlei Luxemburgo não perdia há sete meses. O famigerado técnico já disse que ficou triste com a derrota e, de quebra ainda elogiou Joel Santana.
- Perdemos em um momento no qual podíamos perder.Fiquei triste pelo resultado negativo, mas tenho de reconhecer os méritos do Joel Santana, que soube armar o time.
O Brasil está mesmo mudando. Vanderlei Luxemburgo, marra pura, elogiando Joel Natalino Santana.
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O Papão virando Papinha Nestlé Que paulada levou o Paysandu (time do candidatíssimo ao desemprego, Daryo Pereira), e que golaço marcou Jackson (lembram-se dele, aquele ex-Palmeiras e Cruzeiro), driblando até a Ilha de Marajó para enfiar nas redes de Carlos Germano. Que sina a de Carlos Germano. Deve completar em breve um ano atuando na zona de rebaixamento. Não deveria nunca ter saído do Vasco - a sina de vice é bem melhor que a sina de rebaixado. Bom, deve ser.
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Vitória providencial O ex-vascaíno Léo Macaé começa a fazer sucesso em terras catarinenses - seu gol tirou o Figueira um pouco do sufoco, já que o time chega a 10 pontos e sai da companhia indesejada de Goiás e Paysandu. Pior para o Bahia de Evaristo, que deu a impressão de que ia pegar e acabou afogado ali perto do Balneário Camboriú.
Léo Macaé por pouco não vira herói - apesar do gol, acabou expulso por dar muita porrada. Lino, do Bahia, que enfrentava pela primeira vez seu ex-clube, também foi para o chuveiro mais cedo.
Sobra para o Bahia tentar se levantar em cima do Goiás.
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Acerto nas colunas 1 Errei o Criciúma (subestimei o Tigre) mas acertei nas boas vitórias do Guarani do Seu Pepe (que vai pegando força e embalando para o Derby do dia 14) em cima do Fortaleza (este, prestes a visitar a zona de rebaixamento) e do São Paulo em cima do Grêmio. Esta última, um prazer especial em acertar - qualquer vitória sobre o Grêmio é digna de comemoração, ainda que discreta.
É claro que o jogo tinha que ser tumultuado - o mala Rodrigo Fabri acabou expulso (por dar uma porrada em Tiago, do São Paulo), a porrada comeu, enfim, uma merda só.
Sobrou de bom o gol de Luis Fabiano que o recoloca na artilharia do Campeonato Brasileiro ao lado de Deivid (ambos com dez gols). Mas ele que se cuide: Ilan vem aí. O paranaense está com nove gols e em boa fase.
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Chabu estourando Há duas semanas, eu relacionava Adriano, do Atlético Paranaense, como jogador-chabu. Neste domingo, tive que vê-lo jogando pra cacete e fazendo um golaço (apesar de ter sido expulso). Um castigo merecido.
O Estatuto do Torcedor deveria ter algum artigo sobre cronistas esportivos que falam mal sem ver o jogador antes. Bom, pelo menos eu tenho certeza de que não iria preso sozinho.
Rodada de sábado: a Ponte merecia muito mais Cheguei a escrever aqui que Fabrício Carvalho, atacante veloz de quem gosto muito, faria falta ao ataque da Ponte no jogo contra o Vasco em São Januário. Escrevi besteira. Jean, que provavelmente era seu substituto (afinal, Sérgio Alves é o outro titular), também corre horrores, e pelo pouco que vi, tem drible mais desconcertante. Ele, e mais Adrianinho, Vaguinho e o próprio Sérgio Alves formaram um quadrado com auxílio dos laterais Marquinhos (de quem não gostei muito, pelo menos na marcação) e Ronildo (desse eu não gosto desde os tempos de Botafogo e Galo), um quadrado que infernizou a defesa vascaína. Aliás, uma defesa que por incrível que pareça sente falta de Henrique e Bruno Lazaroni, lesionados.
Dá para imaginar onde vai parar um time que sente falta de Henrique e Bruno Lazaroni? Não sei.
Voltando à Ponte, o meia Adrianinho armava várias jogadas, e os outros acompanhavam, tocando a bola fácil. Parecia treino de dois toques. E logo chegavam na cara do gol - um só não entrou porque Sérgio Alves tentou encobrir. De resto, grande atuação de Fábio. Do outro lado, o Negri estava pegando tudo, fazendo inclusive uma defesa em cabeçada de Marques que foi comparada pelos péssimos narradores à defesa de Gordon Banks contra Pelé em 1970.
Um dos narradores fez o seguinte comentário após o pênalti sobre Cadu: "Um merecido castigo para a Ponte". Ora, um time que vai para a frente, joga ofensivo, e só não faz gols porque o goleiro adversário está inspirado merece castigo? Não sei que conceito esses caras têm de futebol. O meu comentário, fosse eu comentarista de TV, seria o de que "a Ponte não merece esse castigo, de perder para o Vasco após 43 minutos de bom futebol".
Adrianinho toca a bola muito rápido. Não é para menos que Krankl (no melhor estilo Alexandre Santos: lembram-se dele? Da Seleção Austríaca de 1982 e do Barça), técnico da Áustria, já avisou a ele (acho que já em 2003 ou no final do ano passado) que é só se naturalizar austríaco que tem vaga na seleção nacional.
Depois de Deco (Portugal), Oliveira ou Oliverrá (Bélgica), Alessandro Santos (Japão) e Guima (Alexandre Guimarães, hoje técnico da Costa Rica), pode ser mais um a enfrentar a Seleção Brasileira por uma seleção estrangeira.
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Flu, a grande decepção da rodada de sábado Não apostaria de jeito nenhum em um resultado como o de 3 a 0 para o Atlético Mineiro, dadas as circunstâncias do jogo - Atlético descendo, Fluminense subindo. Mas hoje, particularmente hoje, achei o time do Fluminense desarrumado, e o que é pior, sem a posse de bola. E isso depois que Renato colocou três zagueiros (César, Rodolfo e Augusto), e lotou o meio-campo, colocando Carlos Alberto e Lopes mais à frente, Marcão e Marciel cuidando de baixar a porrada e os dois alas indo e voltando. Só o Sorato na frente.
É da cabeça de cada um, inclusive torcedor. Tem torcedor que acha que 4-6-1 dá certo. Eu não acho. Gosto de 3-5-2, mas 4-6-1 eu só concordo se o 1 for o Pelé. Se for o Sorato, fica mais complicado, apesar de ser um atacante que não corre de suas obrigações. Mas sozinho não dá. Tanto é que o Tricolor deu uma melhorada quando César se machucou e Renato colocou Ademílson em campo. Mas já era tarde.
A pergunta: o Estádio Independência atende a todos os requisitos do Estatuto do Torcedor?
Empate melhor para quem não devia empatar O Paraná era o dono da casa, para ele importava mais a vitória. Mas o empate manteve o tricolor paranaense em sexto, pelo menos até a rodada de hoje, o que foi excelente negócio para eles e mau negócio para o São Caetano, que está lá em 9º (é isso mesmo?), onde, aliás, é mesmo o lugar verdadeiro de um time que está emergindo agora (de três anos para cá). E olhe que está excelente a colocação.
Só fiquei cabreiro com a narração de um lance no final do jogo: "no cruzamento de Flávio Guilherme, a cabeçada de Fernando Miguel foi na trave". Caramba, dois caras cruzaram e dois cabecearam ou essa mania de nomes em que o sobrenome é um nome está passando do limite? Tudo bem que eu sou Gustavo José, mas eu escondo, caramba.
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O Corinthians de Gil O talentoso meia-atacante fez dois gols contra o Juventude, e eis que de repente, quando ninguém nem lembrava que o Corinthians estava na festa, aparece em quarto lugar (pelo menos até começar a rodada de domingo). Com as rodadas caseiras (ver post abaixo), será difícil impedir que o Corinthians assuma a primeira colocação do Campeonato Brasileiro.
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Dois pedidos para o Flamengo ano que vem Nelsinho Baptista, faça o favor, pode trazer: Vaguinho e Jean (já temos um, mas pode trazer outro), da Ponte, para o ano que vem.
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Hoje o bicho pega Na Arena da Baixada, vai ser de lascar. E sem Felipe no meio-campo. Bom, pelo menos - mantenho a aposta que fiz para o jogo lá do Barradão: o Cruzeiro não fará três pontos, pode no máximo fazer um.
O Corinthians de quatro rodas não deixará o Milani sozinho Neste sábado, após a cansativa maratona de trabalho que incluiu uma matéria sobre Estatuto do Torcedor no Maracanã e a cobertura de Vasco x Ponte Preta, reclinei-me para assistir a um dos meus programas favoritos, o Loucos por Futebol, na ESPN. O programa reúne Marcelo Duarte, Paulo Vinícius Coelho, Cláudio Arreguy e Roberto Assaf - este último vem sendo substituído por Roberto Porto.
Eis que me aparece em matéria pré-gravada o Francisco Milani. É, ele mesmo, o ator que inclusive fazia o inesquecível Chefe em "Armação Ilimitada", o pecebista de primeira hora, um dos sujeitos de filme intacto - nunca queimou em nada, nunca teve papas na língua, até onde sei.
E ele conta sobre como é corintiana, de como freqüentava absolutamente tudo do Corinthians, desde o futebol juvenil até o adulto, incluindo aí o futsal. Neste último, diz que viu um "clássico do esporte", que era Corinthians x Sampaio Moreira (sic). "Eu era o único corintiano presente, e o jogo era no campo deles".
No retorno ao estúdio, veio o botafoguense Roberto Porto e arrematou. "Puxa, uma torcida tão grande, e deixaram o Milani sozinho".
Pois é, ao que parece isso não vai acontecer por um tempo: como a lembrar uma tese propagada aqui por Juan Saavedra e alvo de muita polêmica, todos agora repararam na tabela do Brasileirão, que inclui nada menos que seis jogos consecutivos em São Paulo. Começaram neste sábado, sacudindo o Juventude (resultado tão previsível que até o Nove Meses acertou). Em 1º de junho, recebem o Vitória. No dia 8, jogam "fora": contra São Caetano, no ABC paulista (dá para ir de bicicleta). No dia 15 de junho, o clássico contra o São Paulo (no mesmo dia em que jogam Flamengo x Vasco, Inter x Grêmio, Cruzeiro x Atlético-MG). No dia 22, mais um jogo "fora": vai a Campinas (40 minutos de carro) jogar contra a Ponte Preta. Finalmente, em 29 de junho, pegam o Fluminense, em casa.
Considerando que o Alvinegro do Parque São Jorge se livrou da Libertadores, pode-se deduzir os ganhos físicos que terá o Corinthians para o resto do campeonato, passando aí mais de 40 dias sem pegar um avião. O Corinthians volta para o bloco dos favoritos a esse título brasileiro, sem sombra de dúvida.
E dessa vez o Milani poderá ficar tranqüilo - serão 40 dias de jogos com muita torcida do lado.
p.s. - o pontepretano Thiago me lembrou bem, ainda tem o Derby (Guarani x Ponte Preta) nesse dia 15 de junho, um dia para enfartar também meu amigo bugrino Inagaki. Haja coração.
”Ah, mas que saudades eu tenho da Bahia...” O clássico de Dorival Caymmi e Tom Jobim ilustra bem o espírito do Nove Meses para essa rodada que acontece no fim-de-semana, essa rodada que quase não aconteceu por causa da indigência de alguns dirigentes. Em homenagem a um dos poucos que não se dobrou à farsa – o presidente do Vitória S.A., Paulo Carneiro – acredito que o grande resultado da rodada será a perda do selo cruzeirense. Zebra? Sim, será zebra. Apesar de o Cruzeiro ser franco favorito, mesmo no Barradão, o clima favorece o Vitória, pois é um clima de pacto, de união.
Depois de seu presidente ganhar projeção nacional informando que o Barradão já começou a trabalhar em melhorias, muito antes das exigências do Estatuto do Torcedor, é a vez do time ganhar projeção, derrubando o invicto Cruzeiro. Em cima do cansaço da correria contra o Goiás na Copa do Brasil, em cima da velocidade de Nadson, em cima da combatividade do meio-campo de Joel Natalino – que volta ao 3-5-2 – em cima da torcida do Vitória que deve apoiar muito.
Apoiar, sem guerrilha, pois estão em um estádio que começa a ficar civilizado. Ressalte-se a diferença entre Vitória e Sport Clube do Recife. Enquanto o primeiro perdeu três seguidas e mesmo assim mandou seu presidente dar uma excelente palestra na Gávea sobre modelos de gestão, como aconteceu ontem, o segundo toma medidas demagógicas e alucinadas, invocando títulos ganhos no tapetão imundo, criando um clima de guerra idiota e desnecessário, e inútil, pois perderam do mesmo jeito(apesar do sr. José Roberto Vica, ops, Wright, estar até hoje brigando com o tira-teima). Segundo Paulo Carneiro, o Barradão ainda tem os melhores banheiros de estádio no Brasil, o que me levou até a pensar no título “Barrão no Barradão é bom”.
Vamos de zebra, vamos de Vitória, tirando o selinho do Cruzeiro.
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Na Arena dos gladiadores A missão do Flamengo na Arena da Baixada este domingo vai depender dos 30 primeiros minutos de jogo. Se resistir à pressão dos excelentes Kléberson, Adriano, Ilan e Dagoberto (agora com ajuda de Alessandro, bom lateral que cumpriu suspensão contra o Inter e volta ao time neste domingo), o Flamengo será um gladiador dentro da Arena, se fechando para resistir aos ataques, batendo e apanhando, lutando pela vida. Se levar um gol antes disso, o Flamengo estará mais perto de fazer o papel de cristão na arena dos leões.
É claro que torço para que eu esteja errado – torço para que esse time de Nelsinho Baptista não tenha mais esses problemas de levar um gol e desmontar todo.
Em 2001, o Flamengo levou de 4 a 0 lá na Arena. Mas não conta, porque tinha na zaga Gilmar e Leonardo Valença (vejam onde o Botafogo foi parar com Gilmar, e vejam que o Vasco pegou o Valença e nem usou). Em 2002, os cariocas ganharam de 3 a 2, com gol da vitória feito por Iranildo (se não me falha a memória). Vamos ver agora, com condições diferentes para todos os lados – Vadão já deu uma entrevista dizendo que o time dele tem que render bem mais do que contra o Inter, se quiser pensar em vencer.
Jogo de difícil prognóstico, mas vejo o Furacão com mais favoritismo. É um time que já sabe jogar junto, está apenas tentando reencontrar um ritmo perdido. Já o Flamengo ainda está aprendendo – e bem – por isso tem essa mania de jogar bem em uma partida e simplesmente se apagar na outra.
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Grandes jogos Grêmio x São Paulo, Santos x Internacional (superdecisivo para o andamento), Atlético Mineiro x Fluminense, esses são os jogos que eu mais queria ver nessa rodada, além do jogo entre os rubro-negros. Com especial curiosidade para esse Santos x Internacional, na Vila Belmiro. O Internacional, na minha opinião, pode ser uma surpresa: terá o time completo e vai pegar esse Santos que só chegou ao Brasil nesta sexta-feira pela manhã, depois do grande empate contra o Cruz Azul do bom atacante Palencia, no México. O cansaço do Peixe pode acabar sendo decisivo. E não será surpresa se Leão poupar um ou dois jogadores que tenham atuado contra o Cruz Azul lá na altitude mexicana.
Os tricolores paulistas, salvo engano da minha parte, devem ganhar algum ponto fora de casa. O São Paulo tem até chance de vencer o Grêmio, ainda abalado por ter empatado em casa, no Olímpico, diante do Independiente de Medellín. O Grêmio pega o São Paulo de Luis Fabiano e já pensando no Independiente, time contra o qual terá que buscar um resultado em Medellín, um resultado que não foi capaz de obter no Olímpico (onde, aliás, ficou duas vezes atrás no marcador).
O São Paulo vai deitar e rolar.
Já o Galo pega o Fluminense. O Galo de astral carregado com a saída de seu dirigente Alexandre Kalil (que prometeu e cumpriu) por causa da palhaçada dos dirigentes, o Galo de astral carregado desde a semana passada com a saída de vários jogadores, o Galo ainda vivendo sob a eliminação da Copa do Brasil para o Sport (o mesmo time que o Flamengo venceu por 1 a 0 havia dado de 4 nos mineiros, na Ilha do Retiro).
O Galo encara um Fluminense que começa, aos poucos, a se recuperar das contusões, dos problemas médicos, dos nós táticos, com Renato Gaúcho se decidindo cada vez mais pelo 3-5-2 (esquema que, acredito, será adotado de vez por Nelsinho Baptista).
Não me parece absurdo que os tricolores cariocas voltem com pelo menos um pontinho para casa. Isso se não obtiverem mais.
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Papando Coxa Dario Pereyra “voltou atrás” e ficou no Paysandu (ou seja, já não é mais o sexto treinador demitido no Brasileiro.). O treinador recuou quando viu que o São Paulo – na pessoa de seu diretor e ex-presidente Juvenal Juvêncio – decidiu manter Rojas mais um pouco e esperar (sub-repticiamente por Tite), fez acordo com a diretoria paraense e agora está lá na vitrine do Papão.
Já está participando, por exemplo, da proibição do acesso de torcedores aos treinos do Paysandu, eliminado de forma melancólica da Libertadores (depois de ganharem do Boca com nove na Bombonera, ninguém esperava um sacode no Mangueirão), e 20º colocado no Brasileirão.
O Papão pega o Coritiba sem o zagueiro Jorginho (irmão de Júnior Baiano), suspenso pelo STJD depois do tapa na cara de Carlos Alberto (Flu).
Com o ambiente que está lá, a vitória sobre o Coritiba é a única alternativa para a paz voltar ao Paysandu. E com o Coxa desfalcado de cinco titulares (o goleiro Fernando, lesionado no menisco do joelho direito, o zagueiro Odvan, contratura na coxa direita, o lateral-esquerdo Adriano, contratura na coxa esquerda, o volante Willians, entorse no tornozelo direito, e o meia Tcheco, suspenso – além do bom meia Lima, que é dúvida), não há melhor oportunidade para o Papão sacudir, dar a volta por cima e levantar a poeira (ou o contrário, sei lá).
Abelão quase sem ataque Os cartões vão pesar muito nesse Brasileiro longo. Para a Ponte, já está pesando, pois pega o Vasco sem seu atacante Fabrício Carvalho. Abelão bem queria improvisar Nenê, que é meia, mas este acabou sentindo uma lesão e já foi vetado para o jogo contra o Vasco. Uma pena para o jogador (que foi revelado pelo Palmeiras mas nunca tinha jogado profissionalmente no Brasil, estreou domingo passado, pela Ponte, contra o Grêmio). Nenê é dos que correm muito e cairia bem improvisado como atacante. Uma pena para Abelão, que vai ter que colocar mais garotada lá na frente contra o Vasco. Os cruzmaltinos levam ligeira vantagem no clássico das faixas diagonais, mas a experiência de Abelão não deixa que se use a palavra “favoritismo”.
Provavelmente vai surpreender o Vasco de alguma forma, nem que seja dando pressão inicial em São Januário – atitude esta que sempre deixa o Vasco igual gato com olhos arregalados, estático, diante do farol ligado do carro que se aproxima em alta velocidade.
O Goiás ainda sonha, mas antes tem que pegar a realidade E a realidade é encarar o Tigre no Serra Dourada. A sorte goiana é que Lori Sandri não pode comandar o time por ter ainda pendências com o Verdy Tokyo, do Japão, o que o impede de treinar qualquer clube. Enquanto não se resolve a pendência, o time vai sendo treinado pelo preparador físico.
Um time já montado, jogando junto há anos, em casa, contra outro que nem treinador tem.
Coluna 1 fácil na loteria esportiva.
Outras colunas 1 fáceis de cravar Corinthians, contra o Juventude de Marinho Pérez, Guarani do seu Pepe contra o Fortaleza lá no Brinco de Ouro (onde despacharam até o ex-líder Internacional – que pode voltar ao topo).
Colunas 1 complicadas: a de Figueirense x Bahia e Paraná x São Caetano. O Bahia pode surpreender e o Azulão pega o Paraná com bastante equilíbrio. Apesar do time paranaense estar doido para voltar a ficar ali no bolo dos que estão na frente.
A camisa 13 do Lula No meio da bagunça toda, o Vasco anuncia que “vai imortalizar a camisa 13 em homenagem ao Lula”. Ah, bom. Pensei que fosse em homenagem ao Zagallo por 2001.
Sem fotos Para o blog ficar um pouco mais "leve" (tecnologicamente falando), o Nove Meses fica sem fotos esta rodada. Segunda-feira elas voltam.
Cara de pau tem limite Depois dessa pantomina toda, agora vem a CBF dizer que garante a rodada do fim-de-semana e que vai realizar os sorteios dos juízes na tarde desta quinta-feira, em sua sede na Barra da Tijuca, no Rio. Ora, não teria sido mais fácil prever as conseqüencias para milhares de pessoas que trabalham e vivem do futebol, e para centenas de milhões de pessoas que precisam dele nos finais de semana para sacanear o amigo mais próximo?
É muita falta de sensibilidade.
Está mais do que confirmado - apesar de a CBF não ter se pronunciado - que a paralisação era um movimento de Ricardo Teixeira, do presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, dos oito clubes da Série A e por três presidentes de federação na última terça-feira como forma de pressionar por mudanças no Estatuto do Torcedor. O chamado "locaute".
No frigir dos ovos, Teixeira só anunciou sua decisão ao Jornal da Globo, tarde da noite, dando tempo para que durante o dia fossem faladas sandices como a de José Mario Pavan, presidente do União São João de Araras (clube que entrou para a história por ter sido aquele que mais gols levou de um só jogador na mesma partida do Campeonato Brasileiro):
- Foi feito um manifesto pelo Eurico Miranda, que levantou essa bandeira.Acho importante porque o futebol sempre levou pancada e nunca houve uma manifestação por parte dos dirigentes. Um pequeno manifesto não oficial já deu toda essa confusão. Acho bom os políticos darem um pouco mais de valor aos dirigentes esportivos.
O leitor do Nove Meses há de concordar que os primeiros que deveriam tentar dar valor aos dirigentes esportivos são eles próprios - e definitivamente paralisar um campeonato não é o caminho.
Agora, "Eurico Miranda levantando bandeiras" é demais.
O Brasil que o Brasil deveria conhecer Inauguro aqui no Nove Meses uma série destinada a mostrar home pages de clubes fora do eixo da série A. Não precisa ser página oficial. Aqueles que conhecem páginas de times assim mandem email ou coloquem link aqui nos comments.
A primeira página abordada é a do Atlético de Lages, glorioso clube de Santa Catarina. Cliquem e confiram.
P.S. - Há anos padeço do mal de não conseguir assimilar de uma vez que Lages é com G....
Caiu o sexto Se alguém dissesse que o técnico que levou o Paysandu a ganhar do Boca Juniors dentro da Bombonera com nove jogadores iria ser demitido um mês depois, bom, provavelmente essa pessoa seria internada. Mas aconteceu. Fala-se que Dario Pereyra teria forçado a saída para assinar com o São Paulo, só que na última hora o clube paulista desistiu e vai esperar mesmo por Tite.
Ou seja, Dario Pereyra vacilou.
A diretoria do Paysandu falou em desgaste dele com o elenco, com a torcida, enfim, ele estaria sem ambiente. Logo, independente de ter pedido ou não demissão para voltar ao São Paulo, contabilizemos o uruguaio como o sexto técnico a cair no Campeonato Brasileiro (Luís Carlos Cruz, Bobô, Oswaldo de Oliveira, Cristóvão Borges, Édson Gaúcho e Dario Pereya).
O maligno poder da catraca invertida Para quem não mora no Rio, é bom explicar: os ônibus daqui sempre tiveram a entrada pela porta traseira e a saída pela dianteira, ao lado do motorista. Porém, o número de passageiros com direito a gratuidade (idosos, estudantes, deficientes) aumentou muito, fazendo com que alguns ônibus trafegassem lotados mas com a receita de dez ou 12 passageiros apenas. Os empresários tinham razão em reclamar, e poderiam se sentar à mesa com governos estadual e municipal para rediscutir as leis da gratuidade ou mesmo propor alternativas – por exemplo, um subsídio governamental que desse vale-transporte de estudantes seria uma boa.
Mas não. Os empresários de ônibus do Rio (não todos) tiveram a maligna idéia. “Se a lei nos prejudica, vamos fugir dela, vamos burla-la, vamos fugir da democracia”. E colocaram a catraca invertida, ou seja, o cidadão agora embarca pela frente, paga a passagem e sai por trás. Qual a diferença? Na pequena parte da frente cabem menos pessoas, e o motorista é obrigado a mandar os gratuitos esperarem outro ônibus quando fica cheio. Alguns motoristas não permitem nem que passageiros fiquem em pé. Já os que permitem, amontoam idosos, deficientes e estudantes de forma desumana. Burlam a lei e garantem o lado deles. Burlam a lei aprovada pelo Poder Legislativo, que vem a ser a voz de todo o povo.
Ricardo Teixeira: reunião que surpreendeu a todo o Brasil - algo que, em se tratando do assunto que era, jamais deveria acontecer. Que surpresa é essa?
Desculpem-me por ter escrito sobre esse assunto aqui nesse blog de futebol , mas é que na minha opinião os acontecimentos desta quarta-feira, dia 20 de maio, para mim equivalem a essa maligna catraca invertida. Essa catraca invertida que sempre foi uma tônica em nosso país. No pouco que regulamentam, há sempre a velhacaria – às vezes, como dizia Roberto Campos, em nome do nacionalismo.
Aproveito para lembrar que é esta a CBF QUE ALGUNS SENHORES ADORAM CITAR COMO ENTIDADE MÁXIMA DO FUTEBOL NA HORA DE DIZER QUE O TÍTULO DE 1987 É DO SPORT CLUBE DO RECIFE.
É esta a CBF que reúne oito clubes e decide o destino de outros 16. Aliás, de outros 50, na verdade, pois inclua-se aí a série B, a C, a Copa do Brasil, etc. Foi o futebol que acabou paralisado nesta quarta-feira, essa paralisação que é na verdade uma grande catraca invertida dos dirigentes do futebol brasileiro.
Fábio Koff e Eurico Miranda: separados mas iguais. Os dois dirigentes apoiaram a decisão absurda, ainda que o vascaíno tenha - incrivelmente - defendido o diálogo
Paralisar o campeonato, por tempo indeterminado, para não ter que cumprir a lei. Essa é a síntese de tudo.
Ora, vamos então agir como o exemplo dos nossos dirigentes. Você que é síndico, quando publicarem uma lei obrigando seu condomínio a ter rampas para deficientes, exploda seu prédio, é mais barato. Você que é médico, quando a lei lhe obrigar a aceitar plano de saúde para determinado tratamento de doença, fuja da lei, diga que não faz mais o tratamento para ninguém.Você que é policial, a lei proíbe que você use sua arma para atirar em suspeitos – use então outra arma, fuja da lei. Vamos todos nos “adaptar” às leis usando o método da catraca inversa, vamos lá, é fácil.
Somente é difícil para o cidadão honesto, que não consegue fugir dos impostos, que é obrigado a pagar, a aceitar, a viver em um país onde a lei só funciona para quem não consegue artifícios para corrompê-la ou dobra-la, ou mesmo escapar dela.
Vale lembrar que esses senhores paralisaram o Campeonato Brasileiro – razão de ser desse Nove Meses – por causa de mudanças que o Estatuto do Esporte só determinava para serem implementadas a partir do dia 16 de novembro, ou seja, havia tempo para mudanças. Numerar lugares nos estádios, monitorar saídas e entradas com câmeras, cuidar da higiene das instalações (o que nunca foi feito), controlar preços dentro dos estádios, ora, seria esforço demais para cumprir até o dia 16 de novembro?
Desde o ano passado que o Estatuto não é mais segredo para ninguém. Foi testado em um Corinthians x Fluminense, vencido pelos cariocas por 2 a 0, ou seja, tiveram todo o tempo para discutir com o Poder Público, prefeituras, Secretarias de Segurança, Polícias, qual seria a melhor forma de levar os torcedores de volta aos estádios – mas preferiram esperar e correr da lei.
Há, por exemplo, a desculpa de que até o fim de semana não daria para alugar ou comprar uma ambulância para cada dez mil torcedores.
Bullshit. Primeiro, dificilmente os jogos do Campeonato têm ultrapassado a marca de 30 mil torcedores. Ora, quando muito um bom Flamengo x Santos teve 45 mil, um Cruzeiro x Corinthians, 50 mil, e aí vão dizer que até o sábado que vem um clube grande não consegue alugar quatro ambulâncias? Porra, vão pedir à Xuxa!
Alexandre Kalil, do Atlético Mineiro: anunciou que vai pedir demissão do cargo de presidente do Conselho Deliberativo do clube, soltou os cachorros e ainda disse "O Caixa d´Água um dia vai ser preso mesmo, por desviar rendas". Sujeito de fibra
Enfim, são argumentos de quem gosta mesmo é de virar a mesa, de quem se acha dono da bola. Às vezes chego a acreditar que estamos no mesmo estágio de democracia em que estávamos na época da ditadura militar – sendo que na época havia um estado público de exceção, enquanto hoje temos um estado privado de exceção. Todos têm que cumprir leis, sejam novas ou velhas.
Mas o sr. Ricardo Teixeira e seus colegas dirigentes parecem se sentir acima disso. Essa é a entidade máxima do nosso futebol. Imaginem como seria a mínima.
Sobre a arrogância que nasce do bairrismo Há os que defendem o bairrismo como ingrediente saudável da rivalidade do nosso futebol. Até certo ponto, pode realmente ajudar. A criação, em 2002, das ligas regionais, nos proporcionou campeonatos rentáveis para todos os clubes e certamente menos desgastantes (para jogadores e para bolsos de torcedores) do que este de 46 rodadas que estamos acompanhando.
O bairrismo também pode ser interessante quando se observam fenômenos estranhos e curiosos como este cronista torcendo pelo Botafogo em 1995, graças à TV Bandeirantes, que insistia em colocar o chabu Giovanni como maior jogador de cabelo pintado do mundo naquele momento. Me lembro de um repórter da Bandeirantes entrevistando o presidente do Santos após a final, dizendo, "presidente, pois então, fomos roubados, né?"
Naquele dia, eu torci pelo Botafogo como se fôra um irmão do Russão, e vibrei com Carlos Augusto Montenegro mandando o Morumbi inteiro à merda.
Mas há o bairrismo nocivo, propagador de idéias esdrúxulas e idiotas, arbitrário, o bairrismo calcado na ignorância. Como o do sr. Milton Neves ao tratar o futebol de São Paulo como o principal do Brasil e os outros clubes apenas como convidados não-candidatos ao título, como o do sr. Jorge Kajuru ao estimular uma discussão tão inútil quanto a pretensa rivalidade numérica entre as torcidas de Flamengo e Corinthians, há bairrismos cariocas, claro, de colunistas amestrados que insistem em emplacar nomes inviáveis na Seleção Brasileira.
Há o bairrismo baiano do sr. Raimundo Varela, jornalista local que em 1988 só faltou pregar o separatismo, tal o ódio disseminado em prol do Bahia.
E, finalmente - ufa, demorou, mas cheguei onde queria chegar - há o bairrismo disseminado em Recife, por torcedores e dirigentes do lamentável Sport Clube de Recife.
Usam o episódio de 1987, quando na terceira rodada de um Campeonato Brasileiro a CBF surpreendeu a todos com uma regra esdrúxula, mudando tudo, a pedido de uma emissora de televisão que prefiro não citar, impondo um cruzamento entre vencedores da primeira e da segunda divisão. Um cruzamento que só a mente mais doentia é capaz de conceber.
Na época eu já pude pensar no quão esdrúxulo seria o Milan campeão italiano enfrentar o Como ou o Modena para decidir quem seria o campeão nacional. O Real Madrid campeão italiano disputar com o Xerez o título de toda Espanha. E por aí vai.
Enfim, há o argumento de que a CBF é a entidade máxima do futebol. Ora, então é assim? Não se discute decisões da CBF, administrada pelo sr. Ricardo Teixeira há mais de dez anos, toda hora envolvida em escândalos, autora de DIVERSAS VIRADAS DE MESA? Os defensores da "moralidade da CBF" sempre aparecem no momento que em os caga-regras de plantão prontificam-se a defender o título do Sport Clube de Recife em 1987 (ah, título este ganho por W.O, isso depois que a própria decisão do módulo amarelo terminou sem vencedor, com os dois times protagonizando uma ridícula pantomina, batendo pênaltis ad nauseaum e finalmente decidindo "dividir" um título. Como diria o jornalista Hélio Fernandes, HA! HA! HA! ).
Os mesmos defensores se omitem, se escondem na hora de explicar o desvio de dinheiro da conexão Líbia, o escândalo do envio de dinheiro para o exterior, as viradas de mesa em 1996 e 2000 (e outras mais). Mas aparecem curiosamente para defenderem "a entidade máxima do futebol" e sua decisão absurdamente idiota de 1987.
A Copa União foi organizada pelo Clube dos 13, assim como a Copa João Havelange, em 2000 (esta a CBF não interveio, não assume organização, como constata em seu site oficial). A decisão de deixar o Clube dos 13 organizar foi em comum acordo com a CBF.
Só que a "entidade máxima" do nosso futebol agiu de forma arrogante, arbitrária, autoritária, mudou as regras, não deu satisfação, inventou critérios.
Todos os integrantes do Clube dos 13 concordaram que as regras novas da CBF deveriam ser ignoradas, inclusive o vice-campeão Internacional; o Sport jogou lá com quem tinha que jogar, contra o Anapolina, o CRB e o Arapiraca, enquanto o Clube de Regatas do Flamengo encarava pedreiras, matava o Atlético Mineiro de Telê Santana dentro do Mineirão, com um gol em que Renato Gaúcho driblou duzentos jogadores antes de enterrar para o gol vazio.
Aí, segundo o "pool de cretinos" imbecis-CBF, o Sport é o campeão brasileiro. Tudo isso alimentando um bairrismo em Recife, um bairrismo que só serve para aumentar a ignorância - os torcedores do Sport querem porque querem um título brasileiro, apelam para o bairrismo, dizem que são perseguidos e discriminados e, acima de tudo, odeiam o Flamengo para dar mais legitimidade a seu ato insano.
Ora, que façam como o Atlético Paranaense, que façam como o glorioso Bahia, times fora do eixo Rio-SP-MG-RS que ganharam um campeonato. Reforcem o time, invistam, treinem, ajudem-se uns aos outros, subam para a primeira divisão e se tornem grandes de fato, e aí sim, conquistem um campeonato sem a necessidade de participação da CBF, sem a necessidade de armações, de sandices, de "disputa de pênaltis entre comadres".
Que façam jus ao título de "CAMPEÃO BRASILEIRO", ao invés de contribuírem, ano após ano, para torná-lo banal.
O Flamengo é PENTA-campeão brasileiro, e o resto, como dizia o adesivo de carro, continua tentando, sim senhor.
Fortaleza cai no conto do país-irmão Ameli e Borghi já foram frustrações enormes para São Paulo e Flamengo, respectivamente. O primeiro, veio do San Lorenzo e não jogou absolutamente nada. O segundo, contratado pelo Flamengo em 1988 como grande atacante (inclusive jogou duas partidas da Copa de 1986, quando a Argentina foi campeã), foi hospedado no Leme, em cima das boates La Cicciolina e Barbarella, e de repente "caiu de rendimento". Pelo menos dentro do campo, onde faltava o uísque e o amendoinzinho de cada noitada.
Agora, é a vez do Fortaleza comprar "el gato" por "la lebre".
Scudero: veio para o Brasil mas vai mesmo é curtir o sol e as praias de Jeriquaquara, no Ceará
O Tricolor de Aço contratou o meia Marcelo Scudero, ex-River Plate, para ser a solução de um meio-campo onde Wendell tem se perdido e Allyson entra de vez em quando, no segundo tempo, para tentar resolver. Isso em um time cuja estrela, Clodoaldo, tem deixado muito a desejar. Scudero tem sido sócio-atleta do Departamento Médico do clube e ainda não disse a que veio.
Só que agora é que os médicos do Leão do Norte revelaram qual o problema do rapaz: em 2000 ele simplesmente operou o joelho e até agora não obteve boa recuperação - três anos depois.
O médico Vanor Cruz deu a receita:
- Ele deve evitar fazer esforços como subir degraus ou mesmo correr em dunas de praias.
Bom, considerando que o cara está passando uma temporada no estado que tem as praias mais belas do Brasil, sim, vamos acreditar em sua pronta recuperação. Mas o Nove Meses acha que o Fortaleza caiu mesmo no conto do país-irmão.
Sorte teve o Flamengo, com o argentino Doval. Azar teve o Fluminense, com o venezuelano Maldonado. Sorte teve Corinthians, Inter e Flamengo, com o paraguaio Gamarra. Azar teve o Flamengo, com o peruano Rivera. Enfim, algum empresário deve ganhar muita grana importando esses gringos. Cabe aos dirigentes pesquisar melhor antes de fechar contrato.
Galo abre mão do talento O Atlético Mineiro dispensou na segunda-feira passada dois dos melhores bodes expiatórios do futebol brasileiro: Nem e Cleisson. Além de bodes, pode-se dizer que os dois tinham uma função definida dentro de campo, que era a destruição (literalmente) do adversário. Cleisson ficou famoso pelo gosto por sangue desde o Flamengo e o Cruzeiro, e Nem já destruía canelas no Furacão campeão de 2001. "Simpática" mesmo foi a frase de Celso Roth, que "não participou mas avalizou" as dispensas (eufemismo para "mandaram os caras embora mas não me avisaram de porra nenhuma"
- As dispensas dão moral para o grupo, motivam - disse Roth.
Tá explicado....Sensacional o que Roth classifica como "motivante": coloca Guilherme no banco (o atacante está insatisfeito e dá sinais de que vai embora), mexe no time toda hora e agora diz que o fato de dois caras do elenco serem detonados na nona rodada (de um total de 46) do campeonato é "motivante".
Jornal do Estado
Nem estica a perna e diz "errei, porra"
Achei sacanagem dispensar os dois de uma vez, porque não conheço clube capaz de cometer o desatino de contratar os dois de uma vez. Além do mais, como eles são carniceiros, servem de perfeitos bodes expiatórios - como serviram agora. Só que o Galo dispensou os caras cedo demais. Ainda vem mais paulada por aí, vão precisar. O próximo bode, pelo jeito, é Celso Roth. Essa dispensa sim, acho que vai dar moral para o grupo...
Se foi para desfazer....porque é que fez? A pergunta do poetinha Vinícius de Moraes (já não me lembro de qual poema é esse verso) vale para três dos clubes que já demitiram técnicos neste Brasileiro: Bahia (detonou Bobô, trouxe de volta Evaristo), Fortaleza (detonou Luis Carlos Cruz, trouxe de volta Ferdinando Teixeira) e Criciúma (detonou Édson Gaúcho, trouxe pela quinta vez o gaúcho Lori Sandri).
Méritos, o novo técnico do Criciúma tem. Para quem não lembra, foi ele quem levou o Botafogo de Ribeirão Preto à final do Campeonato Paulista de 2001 (vencido obviamente pelo Corinthians - o engraçado é que ficou na memória mesmo o gol de Ricardinho contra o Santos, na semifinal, como gol do título). Pelo Botinha, Lori também levou a Taça de Prata de 1982, a Segundona da época.
Jogo do Criciúma contra o Botafogo de Ribeirão Preto, time pelo qual Lori Sandri (no 3 x 4) obteve o maior feito de sua carreira: ser vice do Corinthians
Ele tem fama de retranqueiro, mas eu o vejo mais como um treinador da escola Felipão: quer os espaços do campo ocupados e não dar moleza ao adversário. Só depois, atacar.
Se a mudança adiantará algo para o Tigre, difícil saber. Na primeira divisão, Lori nunca foi muito longe - no máximo um 11º lugar em 1979 pelo Atlético Paranaense. Porém, um excelente resultado, se considerarmos que o Brasileirão de 1979 teve uns dois milhões de clubes.
Quatro pontos preciosos para o Campeonato – e cai o quinto técnico Cruzeiro e Inter empataram com Corinthians e Furacão, respectivamente, ambos em 1 a 1. Aqui no Nove Meses apostamos nisso – e, sinceramente, grandes merdas, afinal eram dois jogos em que qualquer um poderia prever dificuldades para os donos da casa. Dos 12 jogos da rodada, 7 terminaram empatados em 1 a 1. Um dos empates fez dançar o técnico Édson Gaúcho, do Criciúma, que perdeu pontinhos importantes contra o Vitória, lá no Heriberto Hulse. E isso porque empatou aos 42 do segundo tempo.
Se o time empatou aos 42 do segundo tempo (o que demonstra inclusive preparo físico) e o técnico foi demitido, imagine se tivesse perdido. No mínimo Édson Gaúcho teria que passar em um corredor polonês (ou seja lá qual for a colônia predominante no local).
Então, recapitulando: Luis Carlos Cruz (Fortaleza), Bobô (Bahia), Oswaldo de Oliveira (São Paulo), Cristóvão Borges (Juventude) e Édson Gaúcho (Criciúma) são os técnicos que já dançaram. Certamente vem muito mais por aí.
De bem com as redes Deivid acabou com seu jejum e marcou contra o ex-clube, como o Nove Meses esperava. Ficou isolado agora e só não continuou dividindo com Luís Fabiano por causa do meia Aílton, do São Paulo, que veio de trás e concluiu uma jogada iniciada pelo ótimo atacante.
O São Paulo já vencia o Paraná de Cuca – sob vaias e com dificuldades – por 1 a 0, gol de Kaká, aproveitando “passe” incrível de um jogador do Paraná, Fernandinho, de quem até já ouvi falar bem. Pelo menos “precisão” no passe ele demonstrou ter, foi excelente. Talvez o problema seja o de memória visual.
Kaká: solução é chamar a torcida do São Paulo inteira para a porrada Seja como for, está sendo difícil jogar no quarto colocado do campeonato, o São Paulo. Soube que o time ganhou por 2 a 0 e mesmo assim a torcida cercou o ônibus xingando todos os jogadores – sem contar que Kaká foi vaiado antes dos sete do primeiro tempo.
O Fluminense de Xerém e Rodolfo
Xerém é onde fica a superpeneira tricolor (para os off-Rio saberem). Rodolfo, o zagueiro que fez dois gols contra o Figueirense no sábado, é um dos resultados dessa peneira que trouxe ainda Felipe Cruz (ainda não estreou nos profissionais, mas fiquem de olho) e Antônio Carlos, este último vítima da grossura de Souza no clássico contra o Vasco.
Onde os jogadores do Fluminense começam, em Xerém, é justamente onde o Fluminense começa a dar certo. Falem o que quiserem, que Kleber (insisto, um bom goleiro) fechou o gol no segundo tempo, que o Figueirense de Evair e Sandro Hiroshi vai mal, mas o fato é que cheio de desfalques o tricolor vem conseguindo fazer um papel no mínimo digno neste Brasileiro. O próprio rival, o Flamengo, com times cheios de estrelas, já pagou micos homéricos no passado, como uma seqüência de cinco derrotas em 2000, com Alexotan e Denílson enchendo muito o saco.
Falando em Flamengo: começa a irritar a falta de ambição do time, empatando demais. Alguém tem que avisar os jogadores (que perderam 400 gols no segundo tempo contra o Guarani) que empatar demais é quase a mesma coisa que perder tudo neste Brasileirão de pontos corridos.
Três empates fora, é verdade – contra São Caetano, Corinthians e Goiás. Mas dois dentro de casa (contra Coritiba e ontem contra o Guarani de Creedence) que serão difíceis de recuperar depois. Sem contar a derrota para o Santos.
O melhor Athirson, aquele que não amarelou na hora de bater o segundo pênalti contra a Portuguesa - esse novo, da tiara anda negando fogo, mas ainda acredito
Um dos fatores que vem determinando essa falta de ambição é a fase um pouco discreta de Athirson. O lateral vem perdendo objetividade e se embolando um pouco com jogadas sem fundamento. Na hora em que Athirson começar a arrebentar, aí sim, o Flamengo sobe de vez.
A falta que Ricardo Oliveira faz Sem seu homem de área, o Santos vai penar na Libertadores – até porque Robinho anda meio claudicante. Eu bem avisei em um dos comments que o substituto imediato de Ricardo era o tal de William, que só não é pior que o Fernando Baiano. Quer dizer, acho que até é. Além de William, outra opção é Douglas.
Nenhum deles é o atacante que o Peixe precisa, como se viu no empate contra o Juventude.
O Vasco das pestanas A fórmula é infalível: acorde tarde no domingo, dê um passeio sob o sol de inverno, leia os jornais, tome uma cerveja ou um vinho, e almoce às duas e meia ou três da tarde. Findo o almoço, deite-se, ligue a televisão e verifique qual time estará em campo para o jogo da Globo. Se for o Vasco, sorte sua: o sono está garantido. Uma boa pestana você vai tirar.
Um time chatérrimo, formado por dezenas de sujeitos com nome de “secretário municipal da Baixada Fluminense”. É um tal de Rogério Corrêa (imagine esse nome, “o secretário de Educação Rogério Corrêa”), Bruno Lazaroni, Léo Lima (esse tem nome de secretário de Esportes), Wellington Paulo (“o secretário de Obras, Wellington Paulo, etc”) que é de deixar entediado até mesmo um epilético em crise. O Vasco hoje é um time que emociona seu torcedor com empate. Simplesmente porque não parece ser uma equipe que quer vencer – pelo menos sem Marcelinho e Edmundo.
Tem Marques, sim. Joga muito. Mas é pouco para superar a apatia de Antônio Lopes.
”O Atlético Mineiro é isso que está aí” A frase acima foi dita pelo quase-caído técnico Celso Roth (se fizéssemos um bolão dos técnicos, votaria nele para ser o sexto demitido), após a derrota para o Azulão por 2 a 0. A frase não foi a única pixotada do Galo no Anacleto – o gol contra de Scheidt também foi digno de um encontro dos irmãos Marx com Jerry Lewis.
Roth, acuado: "O time é esse" - o truculento técnico do Galo vem tentando convencer a torcida de que não tem talento de alquimista para transformar merda em ouro (e olha que o time não é ruim) Pressionado depois no vestiário, Roth soltou a pérola, que na minha opinião parece mesmo querer dizer, “o que que eu posso fazer com essas merdas?”.
Era só o que faltava Agora Evaristo de Macedo vai querer virar técnico de novo? Sim, porque já detonou o Grêmio e agora atropelou o Papão da Curuzu (que jogou sem Robgol). É pouco? Acredito que não. Ainda mais para quem saiu do Flamengo após o desastre em que um bando levou uma surra de 4 a 0. E eu que apostava no Bahia como candidato ao rebaixamento, vou ter que me calar quanto a isso.
O Leão do Norte, o Fortaleza, fez as pazes com a vitória. Jogando no 4-4-2 (apesar de ter conquistado o acesso à Primeira Divisão com o 3-5-2, com Chiquinho e Sérgio abertos nas alas), resistiu bem ao ataque goiano e fez um belo gol, por meio do encrenqueiro Vinícius, que reestreava no time.
Vinícius deve dar muitas alegrias. Ao Fortaleza e a quem assiste jogos do Fortaleza, porque é do tipo de atacante que gosta de arrumar um sururu no fim do jogo.
A espinha dorsal do Furacão Dagoberto fez mais um golaço de falta – esse garoto joga bola demais, ano que vem estará em um clube grande ou no exterior (segundo me disse Mario Celso Petraglia em 2001, sem peso na consciência, “vender jogadores é o negócio do Atlético Paranaense”).
Kleberson e Adriano estão se acertando. Capone está indo bem na zaga, apesar de parecer sem ritmo. E o goleiro Diego, ex-Juventude, fechou o gol contra o Internacional. Kléberson está voltando a ser o maestro do Furacão, agora, porquê esse FDP tinha que voltar a jogar bem justamente na semana que antecede o jogo contra o Flamengo?
O Furacão acerta seus jogadores-chave. E vai melhorando. Para meu azar, vejo que domingo o Flamengo encara essa pedreira – e na Arena da Baixada. Que seja o que for.
Ou nas mãos de Deus ou nos pés do Capeta.
A Macaca supera o Gorila, enquanto os burros o elogiam Já começo pedindo desculpas aos gorilas, nobres representantes do Reino Animal, por ter me valido deles para fazer um trocadilho sobre a vitória da Ponte Preta sobre o Grêmio de Danrlei. Não acho que um gorila seja mais grotesco que Danrlei, que teve a cara-de-pau de diminuir a vitória da macaca logo após os 2 a 1 de sábado no Moisés Lucarelli:
“Essa derrota não significa nada para gente. Pensamos na Libertadores" Ora, um time que está realmente com a cabeça na Libertadores não viaja 1.800km para atuar com todos os titulares de que dispunha . Danrlei padece da falta de elegância peculiar da arrogância. Uma é conseqüência da outra, em uma relação semelhante à do ovo com a galinha – não se sabe quem veio primeiro.
Tanto é que só no mais lamentável programa esportivo já surgido em toda a televisão brasileira, o do sr. Milton Neves, é que pode ser ouvida uma frase como a pronunciada pelo apresentador do programa:
(dirigindo-se a Danrlei) Milton Neves: “Sabemos que você concorre com o Marcos a uma vaga na Seleção Brasileira, mas...”.
Pode-se parar por aqui. De onde o sr. Milton Neves extrai uma opinião dessas, é difícil imaginar. É uma declaração de tal insensatez que daqui a pouco alguém vai chegar para o Aloísio Chulapa dizendo, “ei, Aloísio, sabemos que você disputa com o Ronaldinho a camisa 9 da Seleção Brasileira, mas isso impede a amizade de vocês?”.
É lamentável, o programa do sr. Milton Neves. E isso quando ainda dá qualificações a um ex-árbitro de qualidade mais que duvidosa, e ainda credencia um senhor que se diz médico a dizer asneiras do tipo “Olha, eu continuo achando que é a coisa mais anormal do mundo o Corinthians perder para esse time aí do River Plate”.
Ora, que coisa anormal acontece duas vezes seguidas em dez dias? “Esse time aí do River Plate” tem um sujeito chamado D´Alessandro que foi cotado pela imprensa argentina a ir para a Copa do Mundo de 2002 (e não foi chamado, bem como Saviola e Riquelme).
Enfim, isso é o que se tem para ver de debate esportivo na TV domingo à noite. Uma lástima.
O crepúsculo dos líderes Nada como uma eliminação da Libertadores (com direito a mico de “pega, pega” do sr. Geninho) para um time se levantar, fechar um pacto e derrubar o líder do Campeonato Brasileiro. Pois é isso o que eu acho que vai acontecer neste domingo (contra todos os prognósticos mais racionais), no Mineirão, quando o Corinthians deve tirar pelo menos dois pontos do líder isolado Cruzeiro. O time deve isso para a torcida, o técnico deve isso à posteridade. A repetição da final de 1998 deve ser um jogo bem aberto, uma vez que de um lado haverá Gil, Liédson e o contestado Kleber (que se continuar assim ficará com o prestígio tão em baixa que será contratado pelo Botafogo), de outro o trio infernal Aristizábal-Deivid-Alexotan.
Agora, vamos à racionalidade, que em tese me impediria de apostar no Timão: a zaga do Corinthians anda mais problemática que a do Cruzeiro. Garibaldo Luciano tem sido ótimo atacante, mas por baixo, ali no toque de bola rasteiro, tem sido iludido mais facilmente. E Anderson, sinceramente, não é zagueiro para um time com a dimensão do Corinthians. Ainda vão se arrepender de terem liberado Capone para o Furacão – acho que Capone é mais necessário para o Corinthians do que Cocito, no momento atual. E vice-versa, Cocito era mais necessário para o Atlético Paranaense do que Capone.
Engraçado, pedi uma foto do Capone para o editor de fotografia do Nove Meses, mas esse cara da foto está muito gordo para ser o ex-zagueiro do Galatasaray
Para complicar ainda mais a situação da defesa alvinegra, Deivid está há cinco jogos sem marcar, e já adiantou que o ex-clube é a bola da vez. A última vez em que ele estufou uma rede adversária foi no dia 26 de abril, no empate por 1 a 1 com o Guarani, em Campinas, pelo Brasileiro, e mesmo assim de pênalti. Depois, ele zerou contra Atlético-PR e Santos, pelo Brasileiro, e contra Vila Nova-GO e Vasco (duas vezes), pela Copa do Brasil.
E para um centroavante nato, profissional, como Deivid, deve ser terrível passar dois jogos sem marcar contra uma defesa como a do Vasco.
Se a zaga do Corinthians, porém, subir de produção, sem que seja necessário inventar um 3-5-2 em cima da hora, creio que o time paulista poderá diminuir um pouco, ainda que momentaneamente, a imensa tristeza de mais uma vez ser eliminado da Libertadores.
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Uma rodada sem muitos jogos de tradição Pode-se até dizer que há alguma tradição em Coritiba x Vasco ou Grêmio x Ponte Preta, ou quem sabe em Flamengo x Guarani. Mas o fato é que nenhum dos outros jogos, além de Cruzeiro x Corinthians, desta rodada, já foi decisão de alguma coisa. Exceção seja feita a este Azulão x Galo dentro do Anacleto Campanella, que foi uma emocionante e chuvosa decisão de semifinal em 2001 – dali o Azulão partiria para o BI-VICE conquistado embaixo do Atlético Paranaense.
Para se ter uma idéia, Goiás e Fortaleza só se enfrentaram até hoje cinco vezes pelo Campeonato da Primeira Divisão (desculpem, de fato não tenho alfarrábios da Segundona, o que é uma falha grave). E o time goiano é freguês – são quatro sonolentos empates e uma vitória cearense. No último confronto, em 1993, 0 a 0 no Serra Dourada, mesmo com a presença em campo do artilheiro nato Bujica, do lado dos cearenses (aquele mesmo que fez dois no primeiro Flamengo x Vasco de Bebeto com a camisa cruzmaltina).
Bujica, quando jogava pelo Alianza de Lima, também não fez gol nenhum, como no Fortaleza. Acho que ele só fez aqueles dois gols contra o Vasco Mas, pergunto: os fatos descritos acima tornam a rodada menos emocionante? De maneira alguma.
Primeiro, temos aí seis times (Corinthians, Paysandu, Vasco, Vitória, São Paulo e Atlético Mineiro) que dançaram bonito no meio da semana e entram em campo com aquele gosto de “recomeçar”. Destes todos, os que padecem em posição mais inferior são Vasco e Paysandu, ambos com nove pontos. Ambos jogam fora de casa, contra Coritiba (13º) e Bahia (19º), respectivamente – nada melhor para quem quer se levantar, ganhando esses preciosos pontinhos fora.
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O Furacão embaça os planos colorados A rodada parecia ter sido feita para o Inter voltar à liderança – é só o Cruzeiro não vencer o Corinthians e o Colorado fazer o dever de casa no Beira-Rio.
Só que pegam o Furacão, e pelo visto, sem o atacante Diego, que levou um carrinho violento do zagueiro Vinícius, no coletivo de quarta passada. Incrível, isso. Uma jovem revelação fica com dores no tornozelo direito e pode ficar de fora de um jogo por causa da grossura de um companheiro de time. Se eu fosse Muricy Ramalho dava uma geladeira nesse zagueirinho-brucutu.
Parece que o ambiente não foi afetado pelo ocorrido – o que não impedirá a perda de pontos no Beira-Rio para o Furacão, que começa a embalar, esperando pela estréia de Washington.
O Tigre e o Leão O Criciúma com oito pontinhos pega o Vitória em casa. Como folguei na sexta-feira, e fiquei meio fora do mundo, fazendo compras e assistindo o excelente “Tiros em Columbine”, fiquei sem saber se os boatos sobre Joel Santana no Vitória foram confirmados. Na quinta-feira, metade da diretoria dava como certa a demissão de Joel, após a tripla derrota para o Flamengo. Apesar de uma vitória deixar os baianos até em posição razoável (estão com 11 pontos, em 11º), a eliminação no mata-mata da Copa do Brasil pesou muito – no 104º aniversário do clube, neste dia 13 de maio passado, só se falava em classificação.
Até que veio a frase antológica de Joel: “Ou a gente ganha ou eles goleiam”. Quase deu a primeira opção. Mas também, é aquele negócio, se até o Felipão penou para em determinado momento converter a Seleção de 3-5-2 para 4-4-2, não seria Joel Santana que iria fazer isso com tranqüilidade na véspera de um jogo decisivo.
Para piorar a situação do Leão, o Tigre ganha mais dois reforços: Juca e Dejair, meias barrados na derrota para o Corinthians por 3 a 0, devem voltar. Léo Mineiro e Saulo, que foram mal contra o Timão, voltam pro banco. O técnico Édson Gaúcho vai lançar Tiago Freitas ao lado de Tico, já que Delmer está lesionado. O polêmico Jabá mal chegou e vai para o banco. A motivação de Tiago pode ser mortal para o Vitória.
A Macaca atropelará o Grêmio? Até que ponto o fator campo pode influenciar nessa partida? Eu tenho para mim que sempre será difícil vencer a Ponte dentro do Moisés Lucarelli. E a eterna crise do Grêmio ainda pesa contra.
Você apostaria em um time que entra com Caio como segundo volante? Meio-campo do Grêmio: Tinga, Caio, Gilberto e Rodrigo Fabri.
Caio, nos tempos em que jogava em clube de primeira grandeza: de atacante a volante do Grêmio é uma queda e tanto - Perdemos em marcação mas ganhamos em qualidade de passe – diz o comediante Tite.
Pois é, o fator campo não deve influenciar. O que deve influenciar mesmo é ser o Grêmio o adversário.
O Peixe é o time de mais alto astral do Brasil A semana já teve duas boas notícias: Ricardo Oliveira não precisará operar o joelho (ficará seis semanas sem jogar, mas não opera) e o rival dançou para o River. Com ótima campanha na Libertadores, em terceiro no Brasileiro com 14 pontos, o que mais pode-se dizer do Santos no momento além de que o Santos vai vencer?
Não importa o estádio Alfredo Jáconi. Não importa nada disso. Além do mais, o Juventude tem quatro desfalques: o volante Dionattan (suspenso pelo STJD por dois jogos), Rodrigo Pontes, Filipe Alvim e Maurício Fernandes (não o visitante do Nove Meses que sempre faz bons prognósticos, mas o zagueiro que jogou no Flu em 2001 (mas usava só Mauricio no nome).
O Peixe vai continuar ganhando, e vai continuar em terceiro.
Mais um que quer ressuscitar Vai ser duro, vai ser difícil, mas o São Paulo tem Luis Fabiano em uma fase extraordinária e deve ganhar do Paraná no sábado, ah, se deve. Mesmo com o time de Cuca surpreendendo em quinto (depois de cronistas esportivos preverem sua queda ao longo de três rodadas e errarem).
Mas que não desanime o time paranaense. No outro sábado, tem todas as chances de reabilitação em cima do São Caetano, lá em Curitiba.
Flamengo x Guarani Edílson, acertadamente, não joga. A decisão da diretoria rubro-negra me surpreendeu positivamente. Depois de uma vitória em Salvador que animou toda a torcida, se o Capeta entrasse domingo haveria pelo menos 70 mil no Maracanã. Mas o bom senso prevaleceu e Edílson será poupado desse difícil jogo contra o time do “Seu” Macia, que sabe surpreender e armar suas equipes para contra-atacar em velocidade. A defesa rubro-negra que tome cuidado com Vagner e com Creedence ou Rodrigão, ambos altos e bons cabeceadores.
Mas depois de uma quarta-feira como a que passou, o Flamengo nem precisa ganhar para a torcida ficar feliz.
Loteca Tenho jogado na loteca (não passei dos nove pontos ainda), e sempre dançando em Botafogo ou Palmeiras, não acerto nunca os dois. Mas vá até o blog do Colorado e veja o método “infalível” que o sacana usará para acertar na loteria....
Artigo sobre pontuação - autoria de Juan Saavedra Outro dia estávamos discutindo em uma lista de email sobre a falta de ambição de alguns times (o Flamengo incluso) quando jogam fora de casa. A velha tese de que empate é ótimo resultado fora de casa pode ser perigosa. Juan Saavedra, jornalista carioca radicado em Curitiba, escreveu o bom artigo abaixo, que deve levantar algumas polêmicas.
A hora de pensar grande É possível um time ser campeão empatando todas as partidas disputadas fora de casa? Sim. Mas para isso, um time que queira realmente ser campeão precisa ganhar todas em casa. De acordo com o matemático Tristão Garcia, do Infobola, é preciso manter uma média de dois pontos por partida. Isto equivale a ganhar em casa e empatar fora - ou a 66,66% de aproveitamento.
Atualmente, o Cruzeiro tem 83,33% de aproveitamento - e o Fla 54,16%. Dificilmente o Cruzeiro conseguirá manter essa média. Entretanto, está fazendo estoque para quando as derrotas vierem. No Campeonato Espanhol, com 33 rodadas disputadas, são pelo menos três os clubes com chances de chegar ao título. La Coruña e Real Sociedad (66 pontos - 66,66 de aproveitamento) e Real Madrid, com 65 pontos - 65,65%. Ou seja, estas equipes estão matematicamente seguindo a cartilha "ganha em casa e empata fora".
Na Itália, a Juve foi campeã no último sábado com duas rodadas de antecedência. 69 pontos em 32 partidas. 71,87% de aproveitamento. Ou seja, a equipe de Turim teve um rendimento superior ao "ganha em casa e empata fora". No caso do Flamengo, para chegar aos 66,66%, é preciso rapidamente compensar, com resultados positivos fora de casa, dois jogos: a derrota para o Santos (e o retrospecto do Fla na Vila Belmiro é péssimo) e o empate em casa contra o Coxa (no Couto Pereira, faz tempo que não ganhamos - a última vez, se eu não me engano, tem alguns anos, com um golaço do Romário).
Vale lembrar que nas duas últimas edições do Campeonato Brasileiro, São Caetano (2001) e São Paulo (2002) terminaram a fase inicial em primeiro lugar, com percentuais de aproveitamento superiores aos 66,66%. A equipe do ABC, com mais de 72,83%. O tricolor, com 69,3%.
Esse campeonato precisa ser visto como uma espécie de mata-mata. Se para ser campeão é preciso ganhar em casa e empatar fora, o Flamengo precisa ganhar do Coritiba, para chegar aos quatro pontos. E contra o Santos, devolver a
derrota. Eu acredito que, pelo equilíbrio do futebol brasileiro, o campeão possa ter até menos de 66,66%. Mas não muito menos. Digamos que o campeão precise de pelo menos 60% de aproveitamento - 83 pontos. Para chegar a esse percentual,
o Flamengo precisa de mais 70 pontos. Isto equivale a ganhar 23 partidas, um empate e 14 derrotas em 38 jogos restantes.
Ou numa probabilidade mais factível, 20 vitórias, 10 empates e 8 derrotas.
Por outro lado, é possível que o campeão consiga uma média de aproveitamento superior. Isso reduz nosso estoque de derrotas e empates. Portanto, não dá para pensar pequeno nesse campeonato.
A missão Sinceramente, eu não gostaria de torcer por um time que tem a missão do Vasco na noite desta quarta-feira. Sim, a derrota por 2 a 1 foi até um resultado interessante por causa do gol marcado fora de casa - se é que uma derrota pode ser considerada em algum momento uma coisa interessante. Mas suponhamos que sim.
O Vasco precisa vencer. Precisa vencer um time que não perde desde o dia 30 de outubro do ano passado (quando levou um ferro de 3 a 1 do Coritiba no Couto Pereira, um jogo em que Lima bateu um bolão).
Só vencer? Sim, por 1 a 0 basta. É só não levar gol.
Aí que complica um pouco mais. Dizer que Aristizábal, Alex e Deivid juntos já fizeram 52 gols este ano (e ainda não chegamos na metade do ano) é chover no molhado. Então o que vale dizer, na minha opinião, é que desde o dia 11 de setembro do ano passado, quando perderam para o Guarani no Independência por 2 a 0 (gols de Sérgio Alves, hoje na Ponte, e João Paulo, aquele do Bari), que o Cruzeiro não passa um jogo sem fazer gol. Isso dá 44 jogos consecutivos em que o time mineiro sempre balança a rede adversária.
Bom, considerando que a defesa do Vasco não é nenhuma muralha, pressinto fortes emoções hoje em São Januário. Quem pode mesmo fazer a diferença é o craque: Marcelinho.
Marcelinho: com ele e Edmundo, dá até para sonhar, resta saber se sairão da enfermaria de muletas ou de cadeiras de roda
Marcelinho sobra no futebol carioca, sobra no Rio, sobra em relação a muitos times do Campeonato Brasileiro. Só que está sem condições - o que se falava hoje em São Januário é que Eurico queria os três craques (Marcelinho, Edmundo e Marques) contra o Cruzeiro nem que fosse na base de morfina nas lesões.
Essa pressa, definitivamente, não ajuda. E também não ajuda esse discurso de "jogar no sacrifício". Para mim, é no sacrifício do resto do time.
Ou goleia ou perde Estas foram as opções dadas ao Flamengo na análise feita pelo técnico do Vitória, Joel Santana. O Natalino, que não é conhecido exatamente por seu potencial ofensivo (e sempre por levar Válber, Djair e Márcio Costa onde quer que ele fosse), mudou o Vitória para o jogo desta quarta-feira contra o Flamengo.
Eu estava mais pessimista quanto a esse jogo, mas um detalhe melhorou minhas perspectivas: Joel mudou o esquema de 3-5-2 para 4-4-2. Como nem o pentacampeão Felipão conseguiu fazer isso assim, de um jogo para o outro, como quer Joel, acho que o Vitória pode ter problemas. E ainda estará sem dois zagueiros do esquema, Marcelo Heleno e Aderaldo.
Edílson promete correr muito contra o Vitória, seu ex-clube no qual nunca jogou
Edílson não jogou no Vitória, nem no Bahia, nem em qualquer agremiação do estado. Uma coisa que não entendo é que SEMPRE alguém diz coisa parecida. Ele começou num clube chamado Industrial, depois foi para uma estranha agremiação chamada Tanabi (de São Paulo, nem sei se ainda existe) e de lá para o Guarani. Daí foi pro Palmeiras e etc, etc, Benfica, Corinthians e finalmente o Flamengo, onde reestréia na noite desta quarta-feira contra "seu ex-clube, o Vitória", segundo uma televisão narrou na terça-feira.
Eu preferia França - que se sair do Leverkusen, deve ir pro Palmeiras - mas diante de Jean, Fernando Baiano e Zé do Gol, creio que um jogador de Seleção Brasileira pode dar um pouco mais de pretensão a esse time do Nelsinho Baptista.
Dançou mais um Algo me diz que é bom repetir todos em todas as vezes que é para a gente não perder a conta. Vamos lá: Luiz Carlos Cruz (Fortaleza), Bobô (Bahia), Oswaldo de Oliveira (São Paulo) e agora Cristóvão Borges dançou no Juventude. Me lembro de ter colocado Cristóvão como um dos técnicos que "dificilmente cairiam" (quem não leu, dá uma olhada no arquivo, é um post com todos os técnicos). Bom, não tem nem um mês isso. O homem não resistiu, apesar de ter sido braço-direito do prestigiado Ricardo Gomes, hoje técnico da Seleção Brasileira Olímpica.
Não precisa nem dizer que a foto é velha, né? O caboclo não deve ter sorrido assim nesta terça-feira em que tomou um pé na bunda
Por mais que todo mundo critique os nossos dirigentes por causa da mania de defenestrar o técnico por causa da primeira escorregada, realmente não dava para segurar o homem. Primeiro, porque a torcida enchia o saco dele pedindo que ele prestigiasse a prata da casa. Depois, tomou a maior goleada do campeonato, para o Goiás, por 7 a 0. E finalmente, a campanha do aprendiz de Grêmio não é das mais favoráveis: o time de Caxias do Sul está na 18ª colocação, com nove pontos, sendo três deles ganhos no STJD na derrota de 1 a 0 para a Ponte Preta. No campo mesmo, foram quatro derrotas, três empates e uma vitória.
Agora, adivinhem quem os dirigentes do Juventude foram sondar para descascar o abacaxi?
Abelão parece estar dizendo: "Juventude? Ih, tá pensando que eu sou otário, cumpade?
O técnico da Ponte confirmou, botando a boca no trombone, que recebeu proposta dos gaúchos e respondeu negativamente. Bacana isso - acredito que a moral dele com a garotada da Macaca vai dar uma crescida. E disse o Abel, ganhando ainda mais pontos com a torcida:
Com todo o respeito que tenho por todos os clubes, o Juventude não é maior que a Ponte em nada. Hoje (terça-feira), só mudaria minha opinião se recebesse uma proposta da Europa ou do Japão, que me permitisse antecipar minha aposentadoria
É, pode ser. Depois da frase de Marcelo Lippi, técnico da Juventus de Turim - "Não podemos nos esquecer de que precisamos fazer gols", acho que até o Abelão cairia bem no futebol europeu.